Por Antônio Zacarias - O filho de 11 anos da perita criminal Lorena dos Santos Baptista e do dentista Mílton César Freire da Silva disse ao delegado titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Seqüestros (DEHS), Mariolino Brito, que viu o pai apontar a arma para a cabeça da mãe. A informação é de Mariolino, que não quis dizer se o menino presenciou Lorena sendo morta. Se Mariolino não negou nem confirmou, é porque o garoto testemunhou tudo. Do contrário, o delegado simplesmente diria não. Em verdade, Mariolino sempre foi apaixonado por Alfred Hitchcock. Em toda investigação que faz, não é raro deixar uma nuvem de mistério no ar.
Mariolino disse à imprensa que há evidências de que Lorena estava “sentada” quando o ex-marido lhe desferiu o tiro fatal na têmpora esquerda. Sentada? Como pode uma pessoa travar luta corporal com outra, perder a arma que empunhava e em seguida sentar, como se nada tivesse acontecido? Esse é o questionamento lógico que emerge de imediato em razão do modo como Mariolino expôs essa circunstância do crime. O que Mariolino quis dizer, com certeza, é que Lorena foi assassinada por Mílton depois de cair sentada ao chão. Se foi efetivamente dessa forma que ocorreu, o tiro de pistola PT 40 que pôs fim à vida de Lorena está longe de ter sido acidental, como quer fazer crer o dentista. Raramente uma arma de fogo dispara sem que seu gatilho seja pressionado. É o que dizem os entendidos. Mílton terá dificuldade para convencer os jurados de que matou a ex-mulher sem querer.
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