sábado, 12 de novembro de 2011

NINGUÉM RESPEITA A SELEÇÃO BRASILEIRA

*Por Roberto Caminha Filho - Novidade no futebol brasileiro que muito nos alegrou: a nossa querida Presidenta não deu a mínima importância ao Presidente da CBF, o Ricardo Teixeira, genro do poderoso João Havelange, grande desportista e famoso por ter escapado do Titanic, porque chegou atrasado no porto. O encontro foi em Brasília e era a despedida do Ministro Orlando Silva que por não entender nada de esporte, notabilizou-se por comprar tapioca com o dinheiro dos outros no cartão de crédito. No concurso interno para desastrado, perde para o engraçadíssimo Lupi, que nem para político serve. O evento também era para a posse do Ministro Aldo Rebelo, reconhecidamente, um homem de bem, e como ele diz: ser honesto com a coisa pública é só a minha obrigação. O Ricardo Teixeira ficou na platéia, como um “geraldino”, vendo o Pelé ao lado da Presidenta. Quanta alegria a Dra. Dilma me deu!

Uma das primeiras ações do Ministro Aldo Rebelo foi rescindir um Convênio com um sindicato paulista que, no ano passado, disse que fez, e não fez, a contagem e cadastramento dos torcedores no Estado de São Paulo. Que malandragem! A brincadeira, muito baratinha, custou, apenas, R$ 6,1 milhões de reais. Por que tão pouco por uma folha de papel? disse o português Américo.


EXTRATO DE RESCISÃO (DA PILANTRAGEM)


ESPÉCIE: Extrato de Rescisão ao Convênio nº 750511/2010.
CONCEDENTE: União, por intermédio do Ministério do Esporte - CNPJ 02.961.362/0001-74.
CONVENENTE: SINDICATO NACIONAL DAS ASSOCIAÇÕES DE FUTEBOL PROFISSIONAL - CNPJ: 04.658.668/0001-81.

OBJETO: O presente Instrumento tem por objetivo a Rescisão do Convênio nº 750511/2010, firmado em 30 de dezembro de 2010, entre o Ministério do Esporte e o SINDICATO NACIONAL DAS ASSOCIAÇÕES DE FUTEBOL PROFISSIONAL E SUAS ENTIDADES ESTADUAIS DE ADMINISTRAÇÃO E LIGAS.

DATA DE ASSINATURA: 27 de outubro de 2011.

SIGNATÁRIOS: WALDEMAR MANOEL SILVA DE SOUZA Secretário Executivo-ME, CPF:
377.643.655-72, WADSON NATHANIEL RIBEIRO, CPF: 033.330.476-40, Secretário Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social e MUSTAFÁ CONTURSI GOFFAR MAJZOUB Presidente do Sindicato Nacional das Associações de Futebol Profissional e suas Entidades Estaduais de Administração e Ligas, C.P.F: 029.906.368-20.

Mustafá Contursi, pior ex-Presidente do Palmeiras de todos os tempos, eleito para esse cargo pela torcida do clube, é um dos signatários desse convênio de ouro. Ele é Presidente desse sindicato e prega o Palmeiras ser como o Pinheiros: só social, nada de futebol. Cruz, credo! A corrupção não tem mais imaginação, é o que passa na cabeça.

Receber e não fazer só é pior do que entender!

*

Uma dia, na Copa da Espanha de 1982, em Sevilha, antes de uma aula de futebol contra a Escócia, entre Evandro Farias, Amazonino, Dudu e Saraiva, perguntei a um alemão eufórico com o banho de bola que demos nos bebedores de whisky, porque ninguém inventa bebida naquele estado em que os escoceses sobrevivem nos estádios:

- Por que vocês saem da cidade em que estão, viajam seiscentos quilômetros de ida e mais seiscentos de volta para ver o nosso jogo? e o “chucruts” disse na hora: porque o Brasil não repete jogadas e muito menos os goals. São todos diferentes. Os nossos são todos iguais.

Eu pensei uns dois dias, sempre vendo os jogos dos europeus. O alemão tinha razão e continua tendo até hoje. Hoje, o nosso futebol imita o dos alemães, ingleses, holandeses, e, pior, só joga nos estádios deles, para eles, e creio que a CBF pensa, que a Copa vai ser lá. Resultado: eles nem vão aos estádios e muito menos ligam seus televisores. Um jogo do Brasil, no pay-per-view, custa U$ 20.00, e eles dizem que o Brasil não é mais novidade. A novidade é o Neymar, que para estar na lista dos melhores de 2011, já deve ser de um clube europeu. Que novidade! é bem capaz de profissional fazer propaganda de amador para, logo depois, comprar mais caro. É só montar espreita na casa do Neymar e ver qual é o professor e a língua que ele está aprendendo e saberemos para onde ele irá, em janeiro de 2012. Podem aumentar o salario do craque, na hora de ir embora, ele dirá do Aeroporto:

- Ciao, pessoal, nos veremos na Copa! e teremos que bater palmas para ele, pela decisão acertada e atrasada. A história parece dizer que ele já é do Real, que deixará o craque no Santos no intuito de melar a decisão mundial contra o arqui- inimigo, o Barcelona, para depois recebê-lo como um herói. E como ninguém é de ferro, valendo o dobro.

A nossa Seleção Brasileira de futebol, a ex-temida canarinho, depois de tantos atropelos, pelo mundo afora, amargou um nono lugar no ranking da FIFA, melhorou para um sétimo lugar e agora comemora o quinto lugar do famigerado ranking. Quanta desgraça!

O mês de novembro vai ser de muitas comemorações na sede da CBF. O Brasil vai jogar com duas seleções de “grande” expressão no cenário futebolístico mundial: a Seleção do Gabão, em Libreville, e a Seleção do Egito, no Cairo. Se fosse no tempo do Saddam ou do Kaddaff, o Ricardo Teixeira e o nosso Mano Menezes já teriam virado estátua de ouro, cravejada de pedras preciosas na ponta dos seus enormes narizes. Sabem o que os flamenguistas do Gabão gritavam na chegada da nossa seleção?

Onde está Neymar? onde está Ronaldinho? onde está Kaká? Os nossos dirigentes esqueceram que o futebol é conhecido no mundo inteiro. Nem no Gabão a CBF consegue enganar mais! Brasil 2 x 0 Gabão. O Brasil nada ganhou e o Gabão quase perdeu.
A nossa Presidenta, inteligente como ela só, ainda vai nos dar alegrias cortando as asinhas do “Genro Amado” e da sua “colegagem”. A seleção é uma sucessão de erros e derrotas em tudo que é categoria. O PAN foi o fino do fiasco, tanto no masculino quanto nas péssimas apresentações do feminino, sem Cristhiane e Marta.

Os nossos clubes, aqueles que poderiam formar uma seleção a qualquer tempo, quando jogam contra os nossos ‘hermanitos” das cordilheiras e empatam, é uma alegria incontida. Os clubes lutam para jogarem o Sulamericano e quando a competição chega, poupam seus titulares para uma outra. Falta de planejamento. As competições do ano estão no calendário das Confederações, à disposição de vascaínos, flamenguistas e santistas. E os brasileiros, diante das telas, a sofrer que nem cachorro da Zona Leste.

A Copa do Mundo de Futebol de 2014 será no Brasil. A torcida brasileira é que deve ser conquistada. Os treinos devem ser nos estados que sediarão a Copa. Adoro o tacacá e os paraenses, mas jogar em Belém, não paga dívida e ainda deixa os vizinhos com água na boca. Eles estão na nossa frente em tudo. Só falta, para eles, uma Ponte Lulão, feita por um paraense e paga por um paulista, e uma Zona Franca, vontade de um cearense.

Enganar no Gabão? não há perdão!


*Roberto Caminha Filho, economista, louco por futebol, não entende menos de cem bolos, dados pelo Naldo, com palmatória de quinze furos, em quem rouba das gerações.

Um comentário:

  1. Excelente artigo Robertinho. Do anterior eu n]ao gostei muito mas esse aqui está ótimo. Tem grade talento vc como articulista. Parabéns!

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