Parte do dinheiro do resgate havia sido
enterrado em terreno na Zona Norte
enterrado em terreno na Zona Norte
Os suspeitos de sequestrarem o
empresário Wellington Lins, de 59 anos, agiram com cautela. O cuidado foi
refletido nas gravações do contato com a família durante a negociação. No
áudio, os envolvidos no crime ressaltavam constantemente que a família da vítima
não devia contatar a polícia.
Desde a primeira ligação, os suspeitos demonstraram
temer falhas no sequestro. "Olha, se der alguma coisa errada...",
ameaçou, ao telefone com a esposa do empresário.
Como tentativa de acalmar a
quadrilha, ela respondeu: "Não vai ter polícia, está tudo certo".
Por telefone, eles combinaram a entrega do resgate, no
valor de R$ 1 milhão, com a esposa de Lins.
"Quem vai entregar esse
dinheiro é a senhora, pode ser? Vai só a senhora e nós vamos ficar lhe
enxergando de longe. Amanhã eu vou ligar para a senhora, a senhora ajeita o
dinheiro e deixa todo. Nós vamos fazer assim: nós vamos pegar o dinheiro, vamos
contar e quando a gente acabar de contar, aí nós vamos ligar pra senhora e
falar onde ele está. Está bom?", disse o suspeito.
Polícia Civil recuperou quase todo o dinheiro do resgate
Em outra ligação, ele questionou sobre a quantia
solicitada. "O dinheiro tá na mão?", perguntou. "Tudo em mãos.
Estou saindo do banco com o resto, com a última parte", respondeu a esposa
da vítima. "A senhora e sua secretária: mais ninguém pode ir. Vou falar
para a senhora de novo: não mexa com polícia. O dinheiro, a senhora vai deixar
no lugar... Vou mandar a senhora deixar no lugar, e a senhora deixa. Eu vou
ligar pra senhora e vou falar onde ele está. Ele vai estar um pouco
próximo", explicou.
Na hora de entregar o dinheiro, os suspeitos seguiram
orientando a esposa do empresário. "Volte de ré bem devagarzinho que
estamos vendo. Pode vir mais! É rápido", dizia.
Parte do dinheiro foi recuperada. Ao todo, a polícia
encontrou R$ 897 mil em diversos bairros da Zona Norte de Manaus, como Alfredo
Nascimento, Francisca Mendes, Terra Nova e Novo Israel, e enterrados em
terrenos abandonados. Um dos suspeitos acompanhou as buscas pelo dinheiro.
Três últimos suspeitos de
envolvimento no crime foram apresentados, na tarde do domingo (18), pela
Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP/AM). Entre eles, atuava um
adolescente de 17 anos.
Segundo o secretário executivo adjunto
de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública, Thomás de Vasconcelos, eles
foram presos na madrugada do domingo na cidade de Rurópolis, no Estado do Pará.
Um dos suspeitos afirmou que os
outros R$ 103 mil foram gastos após o crime. "Gastamos parte do dinheiro
do resgate em passagens e hospedagem em pousadas. Alguns também gastaram com
objetos pessoais, como aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos",
declarou.
Fonte: G1
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