terça-feira, 20 de dezembro de 2011

ÁUDIOS MOSTRAM QUE SEQUESTRADORES DE WELLINGTON LINS AGIRAM COM CAUTELA


Parte do dinheiro do resgate havia sido
enterrado em terreno na Zona Norte


Os suspeitos de sequestrarem o empresário Wellington Lins, de 59 anos, agiram com cautela. O cuidado foi refletido nas gravações do contato com a família durante a negociação. No áudio, os envolvidos no crime ressaltavam constantemente que a família da vítima não devia contatar a polícia.

Desde a primeira ligação, os suspeitos demonstraram temer falhas no sequestro. "Olha, se der alguma coisa errada...", ameaçou, ao telefone com a esposa do empresário.

Como tentativa de acalmar a quadrilha, ela respondeu: "Não vai ter polícia, está tudo certo".
Por telefone, eles combinaram a entrega do resgate, no valor de R$ 1 milhão, com a esposa de Lins.

"Quem vai entregar esse dinheiro é a senhora, pode ser? Vai só a senhora e nós vamos ficar lhe enxergando de longe. Amanhã eu vou ligar para a senhora, a senhora ajeita o dinheiro e deixa todo. Nós vamos fazer assim: nós vamos pegar o dinheiro, vamos contar e quando a gente acabar de contar, aí nós vamos ligar pra senhora e falar onde ele está. Está bom?", disse o suspeito.

Polícia Civil recuperou quase todo o dinheiro do resgate


Em outra ligação, ele questionou sobre a quantia solicitada. "O dinheiro tá na mão?", perguntou. "Tudo em mãos. Estou saindo do banco com o resto, com a última parte", respondeu a esposa da vítima. "A senhora e sua secretária: mais ninguém pode ir. Vou falar para a senhora de novo: não mexa com polícia. O dinheiro, a senhora vai deixar no lugar... Vou mandar a senhora deixar no lugar, e a senhora deixa. Eu vou ligar pra senhora e vou falar onde ele está. Ele vai estar um pouco próximo", explicou.

Na hora de entregar o dinheiro, os suspeitos seguiram orientando a esposa do empresário. "Volte de ré bem devagarzinho que estamos vendo. Pode vir mais! É rápido", dizia.

Parte do dinheiro foi recuperada. Ao todo, a polícia encontrou R$ 897 mil em diversos bairros da Zona Norte de Manaus, como Alfredo Nascimento, Francisca Mendes, Terra Nova e Novo Israel, e enterrados em terrenos abandonados. Um dos suspeitos acompanhou as buscas pelo dinheiro.

Três últimos suspeitos de envolvimento no crime foram apresentados, na tarde do domingo (18), pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP/AM). Entre eles, atuava um adolescente de 17 anos.

Segundo o secretário executivo adjunto de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública, Thomás de Vasconcelos, eles foram presos na madrugada do domingo na cidade de Rurópolis, no Estado do Pará.

Um dos suspeitos afirmou que os outros R$ 103 mil foram gastos após o crime. "Gastamos parte do dinheiro do resgate em passagens e hospedagem em pousadas. Alguns também gastaram com objetos pessoais, como aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos", declarou.


Fonte: G1

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