Jornalistas acompanham os centenas de policiais, apoiados por blindados da infantaria da Marinha que tomaram hoje, sem encontrar resistência, a favela da Rocinha, a mais emblemática do Rio de Janeiro, para expulsar os narcotraficantes que há décadas dominam o local
Blindado circula pelas ruas da Rocinha após ocupação da favela pelas forças de segurança
Uma bandeira do Brasil e outra do Estado foram hasteadas no alto da favela da Rocinha, zona sul do Rio, por volta das 12h50 deste domingo. A comunidade foi ocupada por forças de segurança durante a madrugada. É o primeiro passo antes da instalação de uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) no local. Também foi hasteada uma bandeira do Estado do Rio.
O hasteamento - símbolo da tomada da favela pelas forças de segurança - ocorreu na localidade conhecida como curva do S. Outra cerimônia ocorrerá hoje no morro do Vidigal.
Policiais encontram 1 fuzil, três pistolas, 16 carregadores, uma granada, munição e um rádio transmissor enterrados na mata do Vidigal. Na comunidade também foi encontrada um caça-níquel.
Na manhã deste domingo, a polícia informou que um foragido da Justiça foi recapturado e que armas foram apreendidas na Rocinha. As armas - 2 fuzis e uma metralhadora-- foram encontradas Bope (Policiais do Batalhão de Operações Especiais) e estavam enterradas na mata, no alto da comunidade. Uma granada e rojões também foram apreendidos.
1 Policiais vasculham a casa de Sandro Luis Amorim, conhecido como Peixe, na favela da Rocinha, em busca de drogas
Durante as buscas na comunidade, policiais também revistaram a casa de luxo de Sandro Luis Amorim, conhecido como Peixe, em busca de drogas. Considerado o chefe da segurança do traficante Nem - preso na semana passada -, Peixe foi detido na sexta passada. No imóvel de Peixe havia piscina e hidromassagem.
A Polícia Militar deve permanecer na favela até a instalação de uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) --a 19ª do Rio. A Rocinha é uma das maiores do Rio, e sua pacificação é considerada chave para a política de segurança da gestão de Sérgio Cabral (PMDB).
AGRADECIMENTO
Os acessos à Rocinha foram bloqueados por volta das 2h30, e a polícia começou a ocupar a favela por volta das 4h. O chefe do Estado Maior da Polícia Militar do Rio, coronel Pinheiro Neto, afirmou que foram ocupadas as favelas da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu. Segundo ele, a situação estava sob domínio da polícia às 6h. Não houve disparos de tiros.
Cabral ligou para a presidente Dilma Rousseff na manhã deste domingo para agradecer o apoio federal na ocupação da favela da Rocinha, na zona sul do Rio.
O governo disponibilizou 160 policiais federais, 194 fuzileiros navais, 46 policiais rodoviários federais, além de 18 blindados da Marinha.
Helicópteros da polícia sobrevoam a comunidade da Rocinha, zona sul do Rio, e lançam panfletos com os dizeres "sua comunidade está sendo pacificada". No papel, há e-mail e números de telefone para que os moradores denunciem traficantes, esconderijos de armas e drogas.
Mais cedo, a chefe da Polícia Civil no Rio, Martha Rocha, fez um apelo às mulheres que moram nas favelas para que denunciem ações criminosas dos traficantes. "Mãe, avós, trabalhadoras, nos ajudem a combater o crime", disse.
NEM
Na quarta-feira passada, foi preso Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, 35, apontado como chefe do tráfico na Rocinha.
A polícia encontrou a casa do Nem na Rocinha. Ela estava vazia, mas foi possível ver que a casa tinha piscina, um grande terraço, e vista para o mar.
O governo quer saber quem seriam os policiais que, segundo Nem disse em depoimento informal à Polícia Federal, recebiam propina de cerca de R$ 500 mil por mês.
"Espero que essa pessoa revele o que ela sabe tanto em relação a desvios de conduta de agentes públicos, quanto na arquitetura do tráfico", disse o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.
O traficante disse que faturava, em média, R$ 1 milhão por mês com o tráfico e que metade era distribuída para policiais. Ele não deu nomes.
CASA DE LUXO
Policiais vasculham a casa de Sandro Luis Amorim, o Peixe, na favela da Rocinha, em busca de drogas
Após as forças de segurança ocuparem neste domingo a favela da Rocinha (zona sul do Rio), policiais vasculharam a casa de Sandro Luis Amorim, conhecido como Peixe, em busca de drogas.
Considerado o chefe da segurança de Nem, Peixe foi preso na última sexta-feira, quando a polícia realizava uma operação na favela Vila Vintém, na zona oeste, para coibir a fuga de traficantes. Além de Peixe, outros nove homens foram presos na operação.
A Vila Vintém era apontada como o principal reduto da ADA (Amigo dos Amigos), facção criminosa que vinha comandando o tráfico de drogas na Rocinha nos últimos anos.
Após as forças de segurança ocuparem neste domingo a favela da Rocinha (zona sul do Rio), policiais vasculharam a casa de Sandro Luis Amorim, conhecido como Peixe, em busca de drogas.
Casa do traficante conhecido como Peixe é vistoriada pela polícia após ocupação na favela da Rocinha, zona sul do Rio
A Vila Vintém era apontada como o principal reduto da ADA (Amigo dos Amigos), facção criminosa que vinha comandando o tráfico de drogas na Rocinha nos últimos anos.
Policiais vasculham a casa de Sandro Luis Amorim, o Peixe, na favela da Rocinha, em busca de drogas
Fonte: Folha.com e G1
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