Leia abaixo entrevista que o ex-ministro e atual senador Alfredo Nascimento concedeu recentemente ao jornal Zero Hora, de Porto Alegre (RS).
Por Fabiano Costa - Demitido após quatro dias de sucessivas denúncias, o ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento reclama que o Planalto adotou postura mais branda com Orlando Silva. De volta ao Senado, ele ameaça migrar para a oposição e diz que a crise política não se encerra com o afastamento do ministro do Esporte.
Zero Hora – Foi difícil deixar o governo federal com a pecha de corrupto?
Alfredo Nascimento – Estou engatinhando. Ainda não consegui retomar completamente minha carreira política. Fui para o ministério para tirá-lo das páginas policiais. De repente, explode uma bomba no meu colo, e não fui eu que a acionei.
ZH – Houve tratamento diferenciado do Planalto diante das denúncias envolvendo os ministérios do Transporte e do Esporte?
Nascimento – Sim. Dilma foi aprendendo com o tempo. Afinal, foram tantas denúncias de irregularidades em seu governo. O azar do PR é que nosso escândalo foi o primeiro. Mas vai ter outra crise daqui a pouco, não vai parar nessa.
Alfredo Nascimento saiu do Governo com
incômoda pecha de corrupto
ZH – O senhor guarda mágoa da presidente?
Nascimento – Não. Já saiu o ódio do meu coração. Quem é político está exposto a essas situações.
ZH – Na sua avaliação, por que o senhor caiu em quatro dias e o ministro do Esporte resistiu durante 11?
Nascimento – Eu pedi para sair. Entendi que não bastava ter apoio, era preciso sustentação política.
ZH – O ex-ministro do Esporte deveria ter deixado o governo antes do aumento da crise?
Nascimento – Se no início da crise eu tivesse a oportunidade de dar um conselho para o Orlando, teria dito para ele sair bem antes. Faz a defesa e sai. Não tem de protelar.
ZH – O PR estuda retornar para a base governista?
Nascimento – A independência é uma situação transitória, um limbo político. Ainda que não possa tomar uma decisão sem consultar meu partido, preferia migrar para o bloco oposicionista.
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