CARTA AO GOVERNADOR

Por Marcelo Ramos, deputado estadual - Governador Omar, torço pelo Amazonas e acredito no seu espírito público e desejo de fazer o bem , mas começo a me preocupar com os rumos do seu governo.

Mais de 60% da população confiou a você os rumos do Estado nos próximos 4 anos. Acreditaram no “Ronda nos Bairros”, no “Monotrilho”, na retomada das obras no interior, no resgate da UEA, na melhoria do atendimento de saúde pública, enfim, acreditaram e ainda acreditam na eficiência e nos bons propósitos do seu governo.

Acontece, governador, que passaram mais de 100 dias e as coisas não parecem andar como esperado.

Sei que existem muitas pessoas ao seu redor para dizer que tudo anda bem. Anda não. A violência segue atormentando as pessoas, a construção da ponte não termina, o monotrilho não ficará pronto para a Copa, a dengue machuca nossa gente, as obras do interior seguem paradas e os servidores públicos estão insatisfeitos.

Sei também das dificuldades orçamentárias que o senhor enfrenta e dos compromissos políticos que o amarram a certas práticas que, por princípio, o senhor deseja combater. Mas o povo não quer saber disso. O povo quer eficiência e capacidade de resolver os problemas.

Está carta pode até parecer um depoimento de um opositor, mas, na verdade, quem age contra o governo são os bajuladores que tentam esconder as dificuldades.

A história registra duas formas de enfrentar os bajuladores.

Joaquim Nabuco, após uma acachapante vitória do partido da monarquia, escreveu “O Erro do Imperador” (1887)criticando os parasitas que se alimentam dos governos, Dom Pedro II não o ouviu e dois anos depois caia o Império (1889).

Em passagem mais antiga, Marco Polo encontrou com Kublain Khan, neto do poderoso Gengis Khan, e não se prostrou diante do rei, além de relatar que as rotas estavam inseguras e o povo infeliz. O rei ficou furioso, mas como era sábio, reforçou a tropa de Marco Polo e salvou o reino.

De Vossa Excelência espero a postura de Kublain Khan. Por enquanto, as coisas não vão bem.