terça-feira, 29 de novembro de 2011

A DEFESA DO MINISTRO-FANTASMA

Por Gilberto Dimenstein (Folha.com) - Ao tentar defender o ministro Lupi, apontado pela Folha como funcionário-fantasma da Câmara, onde deveria dar expediente entre 2000 e 2006, o líder do PT Cândido Vaccarezza faz uma das mais contundentes defesas do desperdício do dinheiro público que eu já ouvi.

Para salvar o ministro-fantasma, ele diz que muitos funcionários de deputados jamais colocaram o pé na Câmara dos Deputados. Verdade.

Não pisaram porque, segundo ele, eles ficam em seus estados. Mas a verdade também é que, na maioria das vezes (e isso qualquer contínuo do Congresso sabe) esses escritórios não têm atividade parlamentar, mas essencialmente eleitoral. São escritórios de campanhas mantidos com o dinheiro público.

Verdade. O que Lupi fez não é novo. É comum, faz parte das regras do jogo. Todos aceitam porque já nem percebem o desvio como errado.

Apenas o fato de um ministro do Trabalho que ganhou de um emprego sem trabalhar, independentemente de qualquer outra consideração sobre desvio de verbas, já seria caso de demissão.

Suspeito que estejamos tocando apenas a ponta mais superficial de um escândalo. Há anos recebo informações de que verbas destinadas a sindicatos para formação profissional são usadas em cursos que não prestam, não funcionam direito porque estão distantes do mercado de trabalho ou simplesmente não existem.


ASSUNTO RELACIONADO:


LUPI FOI FUNCIONÁRIO FANTASMA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Nenhum comentário:

Postar um comentário