EX-GOLEIRO E FAMÍLIA VIVEM “DIA DE CÃO” DENTRO DE CASA; "190" IGNORA PEDIDO DE SOCORRO

O ex-goleiro (à dir.) e o irmão que o socorreu

Por Almir Cardoso (as fotos também são dele) - Passavam alguns minutos das 14 horas de ontem, segunda-feira, quando dois assaltantes invadiram a casa do ex-goleiro de futebol, Josué Henrique Gomes Lima, 56, morador da rua 75, núcleo 13, no Conjunto Cidade Nova II (Zona Norte). Na frente da casa funciona um bazar de revenda de diversos artigos masculinos e femininos, que acabou atraindo a atenção dos assaltantes, Cleberson Carreira de Souza e de seu comparsa identificado pelo nome de “Jander”.

Com revólveres 38 em punho os dois entraram no bazar, anunciaram o assalto, levaram Josué Henrique e todos os seus familiares para outro compartimento da casa, foram agressivos com todos, inclusive duas crianças. Mas a maior covardia dos bandidos foi quando maltrataram até mesmo uma gestante de cinco meses, nora do ex-goleiro, que falou de sua gravidez e implorou para não ser agredida, mas de nada adiantou, porque foi trancada com o restante da família em um pequeno banheiro dos fundos da residência.

Jorge Gomes, outro irmão do ex-goleiro, também

estava na casa no momento do assalto

Estavam na casa, na hora do assalto, Josué, seu irmão Jorge Gomes, 47, a mulher, uma filha, a nora que está esperando bebê e as crianças de 2 e 4 anos de idade, somando sete pessoas. Cleberson e o comparsa pegaram os celulares de todos os adultos, mas esqueceram de revistar os bolsos do ex-goleiro de futebol que usou o aparelho para pedir socorro. Josué telefonou e conseguiu avisar o assalto para o outro irmão, Eduardo Gomes, que é piloto de aeronave e mora no mesmo núcleo da Cidade Nova II.


POLÍCIA ACIONADA E PRISÃO EM FLAGRANTE

Assim que recebeu o telefonema e percebeu que Josué, seu outro irmão e toda a família estavam trancados no banheiro da casa, enquanto os assaltantes faziam uma “limpeza geral”, Eduardo saiu em seu carro para socorrê-los e deu sorte, porque no trajeto que fez, encontrou uma equipe de policiais militares da Força Tática do CPA Norte.

Quando a polícia chegou à rua 75, os assaltantes já estavam se preparando para fugir no carro Corsa Sedan de Josué Henrique, que já estava com a mala e banco traseiro cheios com TVs de LCD, jóias, dinheiro e muitos artigos que estavam à venda no bazar do ex-goleiro de futebol.

O assaltante Cleberson Carreira trocou tiros com

policiais quanto tentava fugir

Houve troca de tiros e perseguição aos assaltantes que saíram correndo a pé, pulando muros de residências e atravessando quintais de várias residências. Depois de cerca de meia hora de ação, os policiais prenderam apenas Cleberson Carreira, que tinha na cintura o revólver 38 que usou no assalto à mão armada. O outro assaltante conseguiu fugir, apesar da varredura que os policiais militares fizeram em toda a área, mesmo com pedido de reforço.


TODOS TRANCADOS E APAVORADOS NO BANHEIRO

Quando os policiais entraram na casa assaltada encontraram o ex-goleiro Josué Henrique e os familiares trancafiados no banheiro, com mulheres e crianças aos prantos e rezando desesperadas. O assaltante preso foi reconhecido e levado para o 6º Distrito Integrado de Polícia, onde uma pesquisa rápida no site do Tribunal de Justiça, confirmou que Cleberson Carreira já responde a processo por crime de latrocínio (roubo seguido de morte) e estava em liberdade condicional.


CENTRAL DE OPERAÇÕES DA PM NÃO SOCORREU VÍTIMAS

O ex-goleiro Josué Henrique fez uma grave denúncia diante da imprensa que foi ouvi-lo no 6º DIP sobre o assalto em sua casa. Ele disse que antes de telefonar para o irmão a quem pediu socorro, ele ligou para o 190, que é o número geral de Emergência da Central de Operações de Segurança Polícia Militar.
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Josué disse que depois de várias tentativas, apesar da situação de perigo em que se encontrava, uma pessoa atendeu, ouviu o ex-goleiro denunciar que sua casa havia sido invadida por assaltantes armados naquele exato momento e não apenas ele, mas outras pessoas corriam perigo.

Tudo o que ele disse ter ouvido como resposta no telefonema para o 190 foi a mesma pessoa do outro lado da linha dizer que os atendentes que acionam o policiamento ostensivo de rua não estavam no setor, por isso não podia fazer nada para socorrê-lo naquele momento.

Depois de ouvir esta resposta e ficar indignado, o ex-goleiro disse que veio a idéia de pedir ajuda ao irmão, o qual saiu às pressas para ajudá-lo na mesma hora e ainda levou uma equipe de policia com ele. “Eu e minha família estávamos em apuros e o 190 da Polícia me trata dessa maneira, ou seja, igual ou pior que os bandidos que estavam assaltando minha casa”, concluiu o ex-goleiro, bastante revoltado com o péssimo atendimento que recebeu do Centro de Operações.

Com a palavra, o comandante-geral da PM.