*Por Augusto Banega Montenegro - Simplesmente
porque alguns dos seus servidores se insurgiram contra a má política patronal
de incentivar o banco de horas em detrimento do pagamento de horas extras, a
Rede Record demitiu mais de 200 funcionários.
Segundo os sites de jornais como A Folha de São Paulo, por
exemplo, a Rede Record demitiu entre setembro e 20 de dezembro, 246
funcionários, a maior parte deles do Recnov, central de dramaturgia do
canal.
Segundo o presidente do sindicato
dos Radialistas do Rio de Janeiro, Walther Costa, tudo começou quando foi
iniciada uma campanha trabalhista pelo fim do banco de horas na Record e pela
volta do pagamento das horas extras. E o a direção do canal começou a demitir
como forma de retaliação.
"Seguranças, motoristas,
produtores e câmeras; os cortes atingiram todos os setores do Recnov", diz
Walther.
Segundo ele, as demissões
atingiram o jornalismo local; 20 profissionais, entre jornalistas e
radialistas, foram dispensados dias atrás.
Com o fim das edições locais do
"Hoje em Dia", outros cortes virão em Belo Horizonte, Porto Alegre e
Salvador.
Procurada, a Record, via
assessoria de comunicação, diz que alguns setores do Recnov, como segurança e
transporte, foram terceirizados, e outras pessoas, substituídas.
Diz ainda que, para atender à
produção de dramaturgia, outras 60 pessoas foram contratadas no período.
Ora, essa história já está
ultrapassando a capacidade de paciência dos trabalhadores brasileiros, sem que
o governo coloque um freio nessa situação. Sabe-se que a o banco de horas
surgiu no Brasil através da Lei 9.601/98, através da alteração do art. 59
da CLT, num instante em que o país atravessava uma grande recessão
econômica que gerou a demissão de centenas de trabalhadores, além do
encerramento de atividades de muitas empresas.
Com essa lei, o governo procurou,
através da edição desta lei, flexibilizar alguns direitos trabalhistas
previstos na CLT de forma a combater o desemprego e amenizar o impacto trabalhista,
autorizando as empresas, em momentos de dificuldades ou crises temporárias, a
conceder folga a seus empregados em barganha da garantia do emprego. Mas,
quando a maioria das empresas do país adota esse sistema como regra e não como
exceção, independentemente de real crise econômica, vislumbra-se a crueza com
que os empregados são tratados pelos patrões, que não titubeiam em demitir quem
vai de encontro as suas ambições de querer sempre ganhar além do que o limite
da decência permite.
O governo federal bem que poderia
rever essa situação antes que mais pais de família sejam demitidos ou
movimentos grevistas se formem em todo o país!.
*É Jornalista, diretor de redação do Jornal O Flagrante e
do Portal O Flagrante
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