quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

DEMISSÃO OU FALTA DE SENSIBILIDADE DAS EMPRESAS?


*Por Augusto Banega Montenegro - Simplesmente porque alguns dos seus servidores se insurgiram contra a má política patronal de incentivar o banco de horas em detrimento do pagamento de horas extras, a Rede Record demitiu mais de 200 funcionários.
Segundo os sites de jornais  como A Folha de São Paulo, por exemplo, a Rede Record demitiu entre setembro e 20 de dezembro, 246 funcionários,  a maior parte deles do Recnov, central de dramaturgia do canal.
Segundo o presidente do sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro, Walther Costa, tudo começou quando foi iniciada uma campanha trabalhista pelo fim do banco de horas na Record e pela volta do pagamento das horas extras. E o a direção do canal começou a demitir como forma de retaliação.
"Seguranças, motoristas, produtores e câmeras; os cortes atingiram todos os setores do Recnov", diz Walther.
Segundo ele, as demissões atingiram o jornalismo local; 20 profissionais, entre jornalistas e radialistas, foram dispensados dias atrás.
Com o fim das edições locais do "Hoje em Dia", outros cortes virão em Belo Horizonte, Porto Alegre e Salvador.
Procurada, a Record, via assessoria de comunicação, diz que alguns setores do Recnov, como segurança e transporte, foram terceirizados, e outras pessoas, substituídas.
Diz ainda que, para atender à produção de dramaturgia, outras 60 pessoas foram contratadas no período.
Ora, essa história já está ultrapassando a capacidade de paciência dos trabalhadores brasileiros, sem que o governo coloque um freio nessa situação. Sabe-se que a o banco de horas surgiu no Brasil através da Lei 9.601/98, através da alteração do art. 59 da CLT, num instante em que o país atravessava uma grande recessão econômica que gerou a demissão de centenas de trabalhadores, além do encerramento de atividades de muitas empresas.
Com essa lei, o governo procurou, através da edição desta lei, flexibilizar alguns direitos trabalhistas previstos na CLT de forma a combater o desemprego e amenizar o impacto trabalhista, autorizando as empresas, em momentos de dificuldades ou crises temporárias, a conceder folga a seus empregados em barganha da garantia do emprego. Mas, quando a maioria das empresas do país adota esse sistema como regra e não como exceção, independentemente de real crise econômica, vislumbra-se a crueza com que os empregados são tratados pelos patrões, que não titubeiam em demitir quem vai de encontro as suas ambições de querer sempre ganhar além do que o limite da decência permite.
O governo federal bem que poderia rever essa situação antes que mais pais de família sejam demitidos ou movimentos grevistas se formem em todo o país!.
 *É Jornalista, diretor de redação do Jornal O Flagrante e do Portal O Flagrante

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