quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

CHUVA QUE VITIMOU CENTENAS NÃO FOI A MAIS FORTE

Por Cesar Baima - A tempestade que causou a maior tragédia da história dos desastres naturais no país não foi a maior já registrada nas cidades da Região Serrana. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Teresópolis registrou 124,6 mm de chuva no dia 12, contra uma máxima histórica de 140,8 mm registrada em 28 de janeiro de 1977.

Já em Nova Friburgo, a chuva alcançou 182,8 mm no dia dos desabamentos, mas, como essa estação do Inmet só entrou em operação no ano passado, não há uma série histórica de dados para comparação. Entretanto, uma estação antiga, que funcionou na cidade entre 1961 e 2003, marcou como recorde 113 mm em 24 de janeiro de 1964.

Isso não quer dizer, no entanto, que o temporal foi comum. Os 124,6 mm de Teresópolis significam que, em apenas um metro quadrado, desabaram 124,6 litros de água do céu. Em um campo de futebol de 10 mil metros quadrados, o volume seria superior a 1,2 milhão de litros. Um bairro com tamanho de 100 campos de futebol teria recebido mais de 124 milhões de litros, o suficiente para encher quase 50 piscinas olímpicas.

Além disso, até ontem, a cidade registrou um total acumulado de 309,2 mm de chuva no mês, mais do que a média histórica em janeiro, de 290,4 mm. A estação o Inmet de Friburgo, por sua vez, marcou 447,6 mm de chuva no mesmo período.

De acordo com o Inmet, o Estado do Rio é um dos que estão mais bem aparelhados em estações meteorológicas. Ao todo, são 40, mas apenas seis estão na Região Serrana: duas em Teresópolis e as outras quatro nas cidades de Friburgo, Cordeiro, Carmo e Santa Maria Madalena.

Para prever fenômenos como o temporal que caiu na Região Serrana, porém, seria necessário aumentar o número de estações para reduzir a distância entre elas, além de usar modelos de previsão mais detalhados. Ainda assim, destaca Gustavo Escobar, meteorologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), não seria possível prever exatamente onde um temporal vai acontecer, nem a sua intensidade:

- A única forma de fazer isso seria com o uso de radares meteorológicos, que monitoram esses núcleos de tempestade.


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