PRESIDENTE DO SINPOL QUER QUE A JUSTIÇA RESOLVA PROBLEMA DA SUPERLOTAÇÃO DE MENORES NAS CELAS DA DEAAI

O presidente do Sindicato dos Funcionários da Polícia Civil do Amazonas (Sinpol-AM), Moacir Maia, e os diretores Fredson Bernardo e Eduardo William foram constatar in loco, nesta terça-feira de manhã, a denúncia de superlotação de menores nas celas da Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (DEAAI). Os policiais lotados na DEAAI denunciam que o problema também reflete neles porque muitos familiares de detentos jogam neles a culpa da má acomodação dos adolescentes e o perigo que muitos deles correm por estarem ocupando o mesmo espaço no xadrez com menores mais perigosos. 

Moacir Maia reivindica solução da
Vara da Infância e da Juventude

Moacir Maia falou com a imprensa, como representante da categoria, e disse que vai solicitar providências urgentes da Vara da Infância e da Juventude, cujo prédio onde fica o juiz e promotores é ao lado da Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais, ou seja, vizinha do problema de superlotação. Moacir fez questão de ressaltar que a solução do problema compete à Vara da Infância e da Juventude, já que os menores estão na DEAAI por determinação dela.

Segundo Moacir, os jovens apreendidos deveriam ter sido encaminhados para o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE/AM), e a Justiça ficaria responsável por estabelecer os procedimentos contra os infratores. "A principal função do sindicato é verificar porque a Justiça não está agindo para encaminhar esses jovens para os centros socioeducativos, uma vez que eles não podem passar muito tempo em uma delegacia", disse.

No último final de semana, segundo informou um dos policiais civis que tiram plantão na DEAAI, vários menores infratores tentaram uma fuga em massa, depois de quebrar o forro de gesso de uma das celas e arrancar vergalhões que reforçam a cobertura de concreto.

Familiares de menores infratores detidos na DEAAI apoiaram a iniciativa de Moacir Maia em se deslocar até a delegacia para ver de perto a situação e de conceder entrevista à imprensa, onde disse que entendia a aflição dos familiares dos menores, igualmente ao problema enfrentado pelos policiais civis que apenas cumprem com suas funções normais e não têm culpa alguma.

Os jornalistas presentes procuraram juiz e promotor na Vara de Infância e da Juventude mas não tiveram êxito na tentativa de ouvir as autoridades que poderiam falar sobre o assunto.