COM TÍTULO MUNDIAL, TITE CUMPRE SEU 5º DESAFIO PELO CORINTHIANS

Por Marina Galeano - O primeiro desafio de Tite no Corinthians começou em 2004, quando ele deixou o São Caetano para assumir a equipe alvinegra em uma situação delicada no Campeonato Brasileiro. Missão dada, missão cumprida --o Corinthians foi o quinto colocado naquele ano e se classificou para a Sul-Americana.
 

O técnico Tite durante entrevista coletiva no Japão

(Foto: Toshifumi Kitamura-11.dez.12/AFP)

Apesar do bom resultado, a permanência do treinador em 2005 ainda era incerta, pois a MSI, do iraniano Kia Joorabchian, que negociava uma parceria com o clube, relutava em renovar com o gaúcho. Vanderlei Luxemburgo e técnicos argentinos foram cogitados para o cargo, porém, o respaldo do elenco e o desempenho positivo no Nacional garantiram Tite no Corinthians.

CORINTHIANS x CHELSEA

Os atritos frequentes entre o treinador e o homem forte da MSI, no entanto, colocaram um ponto final na primeira passagem de Tite pelo Corinthians no dia 28 de fevereiro de 2005, após uma derrota por 1 a 0 para o São Paulo no Campeonato Paulista. O argentino Daniel Passarela, que assumiu o cargo, acumulou uma série de resultados negativos e foi demitido em maio.

Entre 2005 e 2009, Tite rodou por alguns clubes brasileiros, como Atlético-MG, Palmeiras e Internacional. Em 2010, tentou a sorte no futebol dos Emirados Árabes, mas a distância da família o fez aceitar a proposta de retornar ao Corinthians, faltando apenas oito jogos para o fim do Campeonato Brasileiro.

Definia-se assim, o segundo desafio do treinador à frente do clube paulista --levá-lo à Libertadores do ano seguinte. Missão dada, missão cumprida. Seis vitórias e dois empates colocaram o Corinthians no torneio continental.

O terceiro desafio de Tite talvez tenha sido o mais difícil até então: permanecer no cargo depois do vexame da eliminação precoce para o modesto Tolima, ainda na Pré-Libertadores. Um empate sem gols no Pacaembu e a derrota por 2 a 0 na Colômbia adiaram o sonho corintiano de levantar a inédita taça.

Mesmo diante da fúria dos torcedores, o então presidente do Corinthians, Andrez Sanches, decidiu bancar o treinador gaúcho, o que, pouco mais tarde, mostrou-se uma decisão acertada.

O placar zerado no Pacaembu no jogo contra o Palmeiras, dia 4 de dezembro de 2011, deu ao time alvinegro seu quinto título brasileiro --o primeiro conquistado dentro de "casa". Era a redenção de Tite e o início de um longo caminho até a cobiçada Libertadores. Enfim, a "Titebilidade" caía nas graças dos corintianos.

A renovação do contrato para 2012 deu o que falar e, por pouco, não tirou o treinador, chamado de mercenário, do Parque São Jorge.

Um empate em 1 a 1 com o Deportivo Táchira, da Venezuela, em fevereiro, marcou o começo do quarto desafio de Tite no Corinthians. Depois, vieram Nacional, do Paraguai, Cruz Azul, do México, e a liderança do Grupo 6 da Libertadores. Na fase eliminatória, Emelec, Vasco e Santos foram deixados para trás.

O título veio em grande estilo: uma campanha invicta e uma final diante do tradicional Boca Juniors, hexacampeão do torneio, com direito a empate na temida Bombonera. Dois gols de Emerson no Pacaembu, dia 4 de julho, puseram fim à angústia da torcida. O Corinthians, pela primeira vez na sua história, era o Campeão da América.

Restava, então, o quinto e mais ambicioso desafio para o treinador gaúcho no comando do time alvinegro: conquistar o mundo.