quarta-feira, 11 de agosto de 2010

PROCURADOR QUER ADAIL FORA DAS ELEIÇÕES

Por Paula Litaiff - O procurador regional eleitoral do Amazonas, Edmilson Barreiros, informou que pediu a impugnação do registro de candidatura do ex-prefeito de Coari Adail Pinheiro (PRP) candidato a deputado estadual, baseado em três argumentos: nos dispositivos da “Lei da Ficha Limpa”; nas suspeitas de dupla filiação partidária do candidato e na insatisfação da coligação onde está o partido de Adail, “Democracia e Trabalho”, que quer vê-lo fora da aliança.

Barreiros disse que protocolou a impugnação contra Adail, ontem, no Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM). O processo foi distribuído à juíza Joana Meireles e deve ser julgado até o final desta semana, segundo a Secretaria Judiciária do tribunal.

De acordo com o procurador eleitoral, Adail está enquadrado na “Lei da Ficha Limpa” (Lei Complementar 135/2010), por ter sido condenado em julho de 2009 pelo TRE-AM pelo crime de abuso de poder econômico, juntamente com o ex-prefeito Rodrigo Alves nas eleições municipais de 2008. Os dois foram acusados de promover um evento de entrega de presentes para os moradores de Coari, no Dia das Mães, em troca de votos, em período eleitoral. Com a decisão do TRE-AM, Rodrigo Alves também perdeu o cargo de prefeito.

Na tese de dupla filiação partidária, Barreiros argumenta que Adail se filiou ao PRP em 13 de outubro do ano passado, sem ter informado seu antigo partido, o PP, da mudança partidária e também sem ter comunicado a alteração à Justiça Eleitoral de Coari. O julgamento desse processo chegou a ser analisado ontem no TRE-AM, mas foi suspenso com o pedido de vistas de Joana Meireles.

Outro motivo que levou à impugnação do ex-prefeito de Coari foi a ação dos partidos PTB e DEM, que junto com o partido de Adail, o PRP, compõem a coligação “Democracia e Trabalho”. Adail entrou na coligação no lugar de Antônio Benigno Pinto (PRP), que renunciou à candidatura no último dia 3. DEM e PTB protocolaram, no TRE-AM, um pedido de saída do PRP da coligação, sob o argumento de discordarem da candidatura de Adail. “A decisão da coligação é sempre soberana”, afirmou Barreiros.

A deputada Therezinha Ruiz (DEM) disse que o PTB e o DEM decidiram tomar essa decisão porque são contra os procedimentos de Adail na vida pública. O ex-prefeito foi indiciado em 17 crimes na operação Vorax da Polícia Federal (PF) em 2008, acusado de desvio de mais de R$ 85 milhões.

Ele também responde a um processo de exploração sexual infantojuvenil. Adail chegou a recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na tentativa de conseguir uma liminar para concorrer às eleições, mas o pedido foi negado pelo ministro Marco Aurélio de Mello.

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