Por Leonardo Rocha – Sem o desembargador Ari Moutinho por perto e a atuação firme e decidida do procurador Edmilson Barreiros, o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) cassou o mandato do deputado estadual Nélson Azedo (PMDB) e ainda o tornou inelegível por oito anos.
O TRE-AM devia isso ao Estado Democrático de Direito, à sociedade amazonense e a si próprio. E também à decência.
Ao fazer desaparecer a principal prova do processo, com a cumplicidade de outros magistrados, Ari Moutinho atirou o tribunal no caldeirão do descrédito popular, de onde somente agora começa a emergir.
Queria o desembargador proteger o filho, hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e os amigos, do filho, Nélson Azedo e Nélson Amazonas, também pai e filho.
Para alcançar seu objetivo, Ari Moutinho, até então tido como um magistrado acima de qualquer suspeita, não hesitou em dar fim ao famoso vídeo em que Ari Moutinho Filho, então vereador, Nélson Azedo e Nélson Amazonas aparecem trocando tratamento dentário por voto. Tudo com dinheiro público, o que torna o evento ainda mais criminoso.
Não fosse Edmilson Barreiros espernear, recorrendo à esfera superior, o célebre “Caso Prodente” jamais teria um julgamento sério e imparcial. Nélson Azedo e o filho continuariam usando dinheiro dos contribuintes para ludibriar os próprios contribuintes.
A vitória da justiça e da moralidade ainda é parcial, pois cabe recurso da decisão. Mas as provas processuais são tão robustas que Nélson e o filho não terão chance alguma nas instâncias superiores. Terão que digerir, mesmo a contragosto, as condenações por abuso do poder econômico e uso da máquina administrativa, bem como as conseqüências delas advindas.
É uma pena que o mui espertalhão Ari Moutinho Filho tenha, mais uma vez escapado nos braços da impunidade. Mais cedo ou mais tarde, porém, a casa dele vai acabar caindo. Afinal, não se consegue saquear cofres públicos a vida inteira sem um dia ser flagrado com a boca na butija.
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