O número de mortes ultrapassou as que foram registradas no município de Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo, em março de 1967.
Na ocasião, foram contabilizadas 436 mortes em decorrência de fortes tempestades e deslizamentos de terra --condições semelhantes às das cidades no Rio nesta semana.
De acordo com a professora Luci Hidalgo Nunes, doutora do Departamento de Geografia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), os dados sobre o episódio são estimados por conta das dificuldades, à época, para localizar os corpos.
Mesmo assim, segundo a professora, é possível afirmar que o desastre no Rio é a maior do Brasil.
As mortes também superam as das enchentes de 1966 e 1967 no mesmo Estado.
O Rio sofre com os efeitos das tempestades desde 1700, de acordo com registros de jornais na época.
Nunes cita relatos de 1711 sobre inundações e de 1756 de fortes chuvas e ventos com vítimas.
Para a professora da Unicamp, a tendência é o número de mortes continue aumentando caso os moradores de áreas de risco não sejam retirados de duas casas. "As chuvas vão continuar. A dimensão do desastre é que é inaceitável."
CASOS RECENTES
O número de mortes na região serrana do Rio já supera, em muito, outras tragédias recentes provocadas por temporais.
Em abril do ano passado, o morro do Bumba, em Niterói (região metropolitana do Rio), construído sobre um antigo lixão, desabou após fortes chuvas. Mais de 50 pessoas morreram no local. Em todo o Estado, as vítimas da chuva chegaram a pelo menos 256.
No fim de 2008, os temporais que atingiram Santa Catarina provocaram a morte de 135 pessoas. As mortes, porém, foram confirmadas mais de um mês após o Estado começar a receber chuvas intensas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário