Por Augusto Banega Montenegro - “Pode tranquilizar a mamãe porque todos aqui estamos bem!”. Assim a jovem Helen Pinheiro Okamura falou ao telefone da cidade de Kakegawa, Estado de Shizuka, que tem a capital Hamatsu, do Japão às 6h de sexta-feira aos parentes na cidade de Parintins.
Helen relatou que estava na residência dela quando o tremor ocorreu. “Nossa preocupação era nos comunicar com todos em Parintins, para que não ficassem mais apavoradas através da imprensa”, disse Elem, que demorou mais quatro horas para conseguir a ligação.
Segundo a Agência de Gerenciamento de Desastres e Incêndio, o terremoto teve proporções de 8,9 pontos na Escala Richter. “Apesar do caos que trouxe o terremoto, a tecnologia e os constantes avisos puderam prevenir mais situações desagradáveis. O maior problema em algumas cidades não foi o tremor, mas o efeito do tsunami”, comentou em Parintins a secretária Heloisa Okamura, irmã de Helen. Heloisa também tem um irmão na cidade de Aichi, chamado Hudson, e outra irmã, Helma Pinheiro.
O presidente da Associação Nipo Brasileira em Parintins, Mario Barroso Taketomi, disse que aos poucos os familiares estão mantendo contato. Cerca de 200 parintinenses vivem e trabalham no Japão. São descendentes e imigrantes brasileiros que foram tentar a sorte no país. “Esperamos que essa notícia de nenhum morto ou desaparecido de Parintins seja 100% para nós”, comentou Taketomi.
O intercambio de parintinenses, descendentes ou não, para o Japão, se intensificou nós últimos 20 anos na ilha de Parintins. Pelos cálculos de Taketomi, a primeira turma que foi ao Japão e retornou vem gerando emprego e renda na cidade de Parintins.
TREMORES E MEDO
“O Japão é um país maravilhoso, tem economia forte, cultura espetacular, educação de primeira linha, porém também é o país no qual você sofre com terremotos, tsunami, tornados, tempestades”, avaliou o motorista parintinense Walquer Melo, que passou 12 anos residindo e trabalhando no Japão.
Walquer contou que teve duas experiências com tremores de terra. “A primeira foi em 2003, à noite; eu estava já domingo com minha esposa (Reana) e minha filha e começou a balançar tudo. É rápido, mas uma cena horrível. Na segunda vez estava no meio do trabalho à tarde. Tocaram o alarme e todos os funcionários, brasileiros e japoneses, fomos encaminhados para um abrigo. É uma situação pela qual se você ficar em pânico é pior”, disse.
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