sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

QUADRO SE AGRAVA



Por Arthur Virgílio Neto - O rebaixamento do rating da França, pela Standard and Poor's, de AAA para AA+, é fato de extrema gravidade. Esse país, afinal, é a segunda maior potência econômica da zona do euro e dele se espera que, junto com a equilibrada e poderosa Alemanha, se apresente como solução para a crise econômica em curso e não como mais um (enorme) problema. Tecnicamente, felizmente (ainda) não seguido pela Moody's e pela Fitch, o rebaixamento se justifica. Afinal, a França tem endividamento bem acima do seu PIB e não está conseguindo crescer.

Para entendermos bem a posição das agências de rating, é bom ressaltar que elas não se preocupam com a saúde econômico-financeira dos países. Simplesmente os analisam, com vistas a poderem orientar, com o máximo possível de segurança, seus acionistas e clientes investidores. Ou seja, se os papéis da dívida soberana de determinado país oferecem risco, elas pontuam isso e forçam para cima os juros a serem pagos por quem quer vender tais títulos. Só para ilustrar: dos 17 países que aderiram ao euro, apenas quatro não tiveram seus ratings reduzidos.

As agências de rating têm errado, sim! E muito. Exemplo disso é a crise de 2008, que começou nos Estados Unidos, cuja ponta do iceberg foram os subprimes, ou seja, os empréstimos concedidos a compradores de risco para a compra de imóveis. Depois foi o que se viu e ainda está vendo até hoje. As agências, apesar de falíveis, são capazes de provocar terremotos. Exemplo disso é a Europa do euro, que tem dificuldades para reagir, porque inexiste a figura do poder central em seu arcabouço político e econômico.

Cada país-membro tem seu próprio timing. As decisões são mais lentas que os passos largos da crise. Não será fácil manter a zona do euro íntegra. A desintegração, por outro lado, seria o caos. E arrastaria o mundo para uma recessão profunda, na melhor das hipóteses. Na pior, para a depressão, com todos seus aspectos cruéis.

Os Estados Unidos, embora crescendo menos de 2% em 2012, sairão do buraco bem antes do que a Europa. Temia-se que a maior potência econômica do mundo virasse uma espécie de Japão, que está estagnado faz duas décadas. Felizmente, o dinamismo da economia americana, sua produtividade e capacidade de inovar deverão desembocar em caminho diverso daquele em que se meteu o notável país asiático. E isso é bom para o mundo também.

Um comentário:

  1. Arthur, fala sobre nossa terrinha, coisas que a gente caboquinha entenda, tem tantas coisas.......Para com essa mania de intelectual do PSDB. O amazonas precisa de voce.... .Quem liga para essas agencias, o povo quer saber e se tem jaraqui no prato. Um abraço.

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