PROMOTORES DE JUSTIÇA PASSAM A IMPRESSÃO DE QUE QUEREM VER WALLACE SOUZA MORTO

O que será que se passou pela cabeça dos integrantes da força-tarefa ao verem essa deprimente foto do ex-deputado Wallace Souza? Algum deles, sobretudo os promotores de Justiça Alberto Nascimento Rodrigues Júnior e Fábio Monteiro, teria sentido remorso, ainda que levemente? Ressaltei o nome dos dois porque foram eles os que mais maltrataram Wallace Souza depois que o seu estado de saúde atingiu níveis críticos. Não pude deixar de notar nessa dupla um certo prazer mórbido em fustigar Wallace no leito da Beneficente Portuguesa, como se intentassem vê-lo sair dali dentro de um caixão. A gana de destruí-lo fisicamente (moralmente já o haviam destruído) era tanta, que Alberto Júnior e Fábio Monteiro prosseguiram o massacre mesmo depois que uma respeitável junta médica do Estado atestara a gravidade do quadro clínico do ex-parlamentar, chegando até a aventar a possibilidade de morte iminente.

O comportamento da dupla ministerial sugeria que ela, intimamente, buscava o aniquilamento total do ex-deputado, afrontando, dessa forma, o inalienável direito à vida assegurado pela nossa Carta Magna. Por que fizeram isso? Teria Wallace ofendido os dois em seu agressivo programa televisivo? Estariam eles a serviço de interesses inconfessáveis? Seria insopitável desejo de justiça o que os moveria? Estariam abrindo picadas para uma caminhada tranqüila até o cargo de Procurador de Justiça? Ou seria simplesmente sede de nomeada, de reconhecimento púbico?

O que você acha, arguto leitor? Antes que você pense que estou defendendo Wallace, que estou dizendo que nenhuma das acusações a ele imputadas é verdadeira, apresso-me em lhe dizer que não é nada disso. Minha discordância é no que tange ao tratamento desumano dispensado a Wallace. Infere-se da conduta dos dois ilustres membros do Ministério Público do Amazonas que vige no País a pena de morte. Ao adotarem tal comportamento, Alberto Júnior e Fábio Monteiro, principalmente o primeiro, estimulam na sociedade o sentimento de vingança, quando o objetivo do Direito Penal brasileiro passa ao largo disso.

Em nossos tribunais superiores, o respeito à vida é tão levado a sério, que em 1991 o Supremo Tribunal Federal (STF) quase autorizou uma intervenção em Mato Grosso, depois que três sequestradores foram linchados. O STF argumentou que as autoridades daquele Estado eram incapazes de garantir o direito constitucional à vida. A medida só não foi levada a cabo por se tratar de um episódio, e não de um padrão de reiteradas falhas públicas.

Se Wallace efetivamente cometeu os crimes a ele atribuídos, que o Estado o puna, mas sem infringir o nosso ordenamento jurídico, em cujo bojo não há até hoje a abominável pena de morte. Prouvera a Deus que jamais exista!