terça-feira, 25 de maio de 2010
PANFLETO CHAMA JUIZ DE CORNO E CORRUPTO, GERANDO GRANDE INDIGNAÇÃO NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAZONAS
Um panfleto anônimo maculando a honra de um juiz causou alvoroço e indignação no Tribunal de Justiça do Amazonas. A carta fala de infidelidade conjugal e corrupção. Trata-se, em verdade, de uma estratégia maquiavélica e absolutamente vil usada por quem quer se tornar desembargador na vaga aberta com a morte de Euza Maria Naice de Vasconcelos, ocorrida no mês passado. É a briga pelo poder em sua versão mais sórdida e tacanha.
“A Presidência do Tribunal de Justiça do Amazonas teve conhecimento que um dos membros desta Corte vem sendo vítima de insidiosa campanha contra sua honra, inclusive com divulgações apócrifas, escudada no manto odioso e covarde do anonimato”, ressalta o presidente do órgão, Domingos Chalub (foto), em nota oficial divulgada hoje nos jornais de Manaus.
“Esta presidência já tomou medidas, acionando os serviços de inteligência dos órgãos de Segurança Pública que identificarão o autor ou autores dessa ignomínia. Consequentemente, os responsáveis serão devidamente punidos e apontados perante a sociedade”, concluiu Chalub.
Por Raimundo Holanda - Uma carta anônima, expondo eventuais falhas e desventuras amorosas de membros do Tribunal de Justiça do Amazonas provocou uma Nota Oficial do presidente da Corte, desembargador Domingos Chalub, publicada nas edições dos jornais que circularam esta manhã em Manaus. A carta, segundo o Blog do Holanda apurou, é um folhetim. Alguém teria chifre, outro seria corrupto.
É lamentável que fatos como este ocorram exatamente numa Corte de Justiça e façam parte de uma estratégia suja dentro do jogo de poder, onde o alvo é a vaga de desembargador, aberta com a morte de Euza Maria Naice de Vasconcellos, ocorrida em abril.
Mais lamentável é a Nota Oficial - que embora tenha o objetivo de demonstrar o interesse em apurar o fato - traz a lume um caso que até então estava restrito as paredes do TJAM e poderia ser investigado com a necessária cautela, até para se chegar com mais facilidade ao culpado ou culpados.
O caso também é didático: revela, por exemplo, que uma disputa entre um pequeno grupo de 14 juízes pela vaga de desembargador é tão promíscua quanto as refregas políticas, cheias de conchavos e ofensas, conhecidos do eleitor. O pior é que aqui os eleitores, no caso os desembargadores, também são alvos de cartas anônimas e ofensas as mais variadas.
Esse jogo sujo, lamentavelmente, é estimulado pelo proprio Tribunal. A vaga aberta deveria ser preenchida por quem de fato fez por merecer durante a carreira na magistratura. Afinal, o critério é o "merecimento. Mas a escolha nem sempre contempla quem tem o melhor curriculo, quem se portou melhor como juiz, quem honrou a toga e nunca faltou ao serviço.
Como a regra é desrespeitada pelo próprio tribunal, surgem as disputas mesquinhas, as cartas anônimas, os grupos de interesse. Lamentável.
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