JUIZ DECIDIRÁ NA SEMANA QUE VEM SE SOLTA OU NÃO OS ACUSADOS DE ENVOLVIMENTO EM SUPOSTA TRAMA PARA MATAR JAIZA FRAXE

Por Loyola Arruda - Até sexta-feira que vem, dia 2, o juiz federal Jorge Gustavo Serra de Macedo decidirá se denega ou não o pedido de liberdade dos suspeitos de envolvimento num suposto complô para matar a juíza federal Jaíza Maria Fraxe. Esta semana, o Ministério Público Federal deu parecer contrário à revogação da prisão dos seis acusados: o ex-deputado estadual Wallace Souza, apontado como líder do grupo; o soldado PM Railei Viana, o “Railinho”; o tenente-coronel PM Felipe Arce Rio Branco; os ex-PMs Moacir Jorge da Costa, o “Moa” (foto), e Whatila da Costa, e o escrivão de polícia Bosco Sarraf.



É possível que todos os réus sejam postos em liberdade, visto que “Moa” negou, em depoimento prestado a Jorge Macedo no mês passado, em Manaus, ter conhecimento de qualquer conluio para assassinar Jaiza Fraxe. Até hoje, desde que foi preso com drogas e armas, “Moa” prestou quatro depoimentos: no primeiro, nada ele disse sobre o assunto; no segundo, afirmou ter conhecimento de uma suposta trama para tirar a vida da juíza; nos dois depoimentos seguintes, incluindo o que prestou à Justiça Federal, desdisse tudo.

Como confiar em alguém com a história de vida de Moacir Jorge?! Expulso da Polícia Militar por conduta criminosa, matador de aluguel, traficante de drogas e sabe lá o que mais. Você, caro internauta, confiaria num sujeito desses? Eu também não. Teria que ter perdido completamente o discernimento. Em verdade, a única coisa palpável que existe, e mesmo assim sem valor jurídico, sobre a possível colusão para assassinar Jaiza é uma carta apócrifa, enviada para a casa da juíza pelo coronel PM Arimatéia, arqui-inimigo de Felipe Arce.

Arimateia conta uma história fantasiosa acerca de como a famigerada carta, cuja autoria ele jura não ser sua, chegou ao seu conhecimento. Segundo Arimatéia, a carta foi deixada anonimamente em sua mesa, no quartel, com a seguinte frase escrita numa folha solta: “Posta se tiver coragem”. Ele então manuseou a carta, sem abri-la, visto que ela fora deixada totalmente lacrada, e em seguida dirigiu-se a uma agência dos Correios, no bairro da Cachoeirinha, e a enviou para a casa da juíza, cujo endereço já constava da correspondência. Convenhamos, arguto internauta, é preciso ser muito leso para crer num relato desses, que podemos chamar de “conto do vigário”. Ninguém, até o presente momento, me tira da cabeça que foi Arimatéia quem escreveu a carta.

Não fosse uma juíza de Direito a personagem principal da carta, essa história jamais teria prosperado. De concreto, não há absolutamente nada, nada. Lemos o processo, detidamente. O indiciamento e a prisão dos acusados constituem agressão ao Estado Democrático de Direito. O escrivão de polícia Bosco Sarraf é, sem dúvida, o mais injustiçado entre os acusados. Não há, no processo, uma vírgula sequer que demonstre o seu envolvimento na suposta trama. Sarraf é dono de uma vida profissional e pessoal exemplar. Mais de duas décadas de efetivo exercício da função policial e nenhuma anotação negativa em sua ficha funcional, repleta de elogios.

Este é o único blog que não tem medo de dizer o que pensa, de defender suas crenças e convicções. Aqui, as opiniões contrárias também são bem-vindas, pois entendemos que o debate torna as pessoas mais maduras, mais conscientes, mais participativas, ao contrário da omissão, que nos empurra para o abismo do marasmo, da impassibilidade egoísta. Dê sua opinião, faça seu comentário. Participe!