Depois de quase vinte anos de existência, seis no Brasil, o XTerra finalmente chegou à maior floresta do planeta, a Amazônia. Em um evento repleto de emoção e surpresas, o maior triathlon cross country do mundo reuniu cerca de 200 atletas na Base de Instrução 4 (BI4), dentro do chamado quadrado maldito, do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS). A prova começou com a oração do Guerreiro de Selva entoada em coro por todos os participantes e a largada foi dada com explosivo na água, para surpresa de todos.
“É inacreditável estar aqui. Quando criamos o XTerra, nem em nossos maiores sonhos podíamos imaginar que chegaríamos à Amazônia”, diz Dave Nicholas, diretor geral do XTerra Global Tour, que veio ao Brasil acompanhar de perto o evento histórico, que teve o apoio da Prefeitura de Manaus.
“Sem dúvida é a edição mais especial desses anos de XTerra no Brasil. O evento envolveu uma logística complexa para poder trazer os atletas para o coração da selva”, comenta o organizador do evento, Bernardo Fonseca, sócio da X3M Sports Business, que detém os direitos do XTerra para a América Latina.
E o clima da competição na selva começou bem cedo, quando o grupo saiu em comboio, às 4h, até a base de Paraquequara, de onde seguiu em barcos do Exercito até a BI4, onde os atletas foram recebidos com café da manhã. Em uma prova, que contou com um percurso inédito, no meio da floresta nativa, a vitória ficou com um verdadeiro guerreiro: Alexandre Manzan (foto).
Em segundo lugar ficou Frederico Zacarias (MG), seguido pelo argentino radicado em Niterói, Ezequiel Morales. Rodrigo Altafini foi o quarto e Branden Rakita (EUA) o quinto. Todos dividiram o prêmio de US$ 4 mil, o mesmo valor dado às cinco mais rápidas do feminino
MULHERES
Entre as mulheres, a prova não foi menos disputada. A neozelandesa Jenny Smith sofreu com o calor, mas venceu o XTerra na Amazônia logo em sua primeira competição no Brasil.
“A prova foi muito difícil para mim. O clima é muito quente na floresta, bem diferente do lugar onde treino. No final cheguei até a pensar em desistir. A melhor parte, na minha opinião, foi a natação, achei incrível nadar num rio daquele. A pior foi a corrida, tive medo de encontrar um onça no caminho!”, revela a atleta que já tem presença garantida no XTerra de Angra dos Reis, em agosto, etapa do Circuito Mundial.
As trilhas da selva amazônica ferveram ainda mais do que o normal com a disputa entre Carla Prada, que terminou em segundo lugar, e argentina Maria Soledad Omar, terceira. Cristina de Carvalho e Sabrina Gobbo completaram as top 5.
“O moutain bike foi trecho mais técnico e difícil, havia muito single track e muita lama. Foi nesta parte da prova que ultrapassei a Soledad e a Cristina, pois as duas não conseguiram pedalar direito, com a lama travando as rodas das bikes”, disse Carla Prada, segunda colocada na categoria profissional do triathlon.
A competição, contou com o apoio de cerca de 180 militares e distribuiu um total de US$ 8 mil aos primeiros colocados da categoria elite. Em 2010, o circuito XTerra Brasil é composto por 10 etapas, sendo uma (o XTerraGlobal Tour em Angra dos Reis/RJ, em agosto), válida pelo Circuito Mundial e classificando os vencedores para a grande final no Havaí. Ao fim da temporada, os mais bem colocados do ranking nacional receberão premiação em dinheiro.
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