segunda-feira, 20 de setembro de 2010
DEU NO JORNAL “O GLOBO”: ENTIDADES CONDENAM ATAQUES DE LULA À IMPRENSA
Por Martha Beck - A Associação Nacional dos Jornais (ANJ) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) reagiram ontem aos ataques feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à imprensa durante comício em São Paulo no fim de semana.
Ao discursar num comício ao lado da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, em Campinas, Lula disse no sábado que a população não precisa mais de formadores de opinião e acrescentou: "Nós somos a opinião pública."
As entidades classificaram a atitude de Lula como "lamentável" e defenderam a liberdade de imprensa.
Durante o comício, o presidente afirmou que a vitória de Dilma nas urnas vai representar a derrota não apenas de adversários políticos, "mas de alguns jornais e revistas que se comportam como se fossem um partido político".
Em nota, a ANJ afirmou que é "lamentável e preocupante" que o presidente manifeste desconhecimento em relação ao papel da imprensa em sociedades democráticas: "O papel da imprensa, convém recordar, é o de levar à sociedade toda informação, opinião e crítica que contribua para as opções informadas dos cidadãos, mesmo aquelas que desagradem aos governantes. Convém lembrar também que ele (Lula) jamais criticou o trabalho jornalístico quando as informações tinham implicações negativas para seus opositores."
Segundo a ANJ, Lula parece ter esquecido suas próprias palavras, pronunciadas no Planalto, em 3 de maio de 2006, ao assinar a declaração de Chapultepec (compromisso hemisférico com a liberdade de expressão), quando afirmou: "... devo à liberdade de imprensa do meu país o fato de termos conseguido, em 20 anos, chegar à Presidência. Perdi três eleições. Eu duvido que tenha um empresário de imprensa que, em algum momento, tenha me visto fazer uma reclamação ou culpando alguém porque eu perdi as eleições."
O deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ) afirmou que as declarações foram feitas num "mau momento".
— Lula brilha quando trata de assuntos de interesse do povo, mas deve melhorar sua biografia recuperando um passado em defesa da democracia e da liberdade de imprensa — disse Miro, responsável pelo fim da Lei de Imprensa.
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, criticou Lula:
— É lamentável que o líder maior da nação tenha esse tipo de postura em relação à imprensa. Triste é o país que não tem liberdade de imprensa, que não pode expressar suas opiniões.
De acordo com ele, só o cenário eleitoral pode explicar as declarações de Lula:
— A imprensa deve ser livre para fazer seu papel de denunciar. Ninguém gosta de receber críticas, mas deve saber ouvi-las e compreender que erros existem e devem ser corrigidos. Acima da Constituição, só Deus.
A Associação Nacional dos Jornais (ANJ) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) reagiram ontem aos ataques feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à imprensa durante comício em São Paulo no fim de semana.
Ao discursar num comício ao lado da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, em Campinas, Lula disse no sábado que a população não precisa mais de formadores de opinião e acrescentou: "Nós somos a opinião pública."
As entidades classificaram a atitude de Lula como "lamentável" e defenderam a liberdade de imprensa.
Durante o comício, o presidente afirmou que a vitória de Dilma nas urnas vai representar a derrota não apenas de adversários políticos, "mas de alguns jornais e revistas que se comportam como se fossem um partido político".
Em nota, a ANJ afirmou que é "lamentável e preocupante" que o presidente manifeste desconhecimento em relação ao papel da imprensa em sociedades democráticas: "O papel da imprensa, convém recordar, é o de levar à sociedade toda informação, opinião e crítica que contribua para as opções informadas dos cidadãos, mesmo aquelas que desagradem aos governantes. Convém lembrar também que ele (Lula) jamais criticou o trabalho jornalístico quando as informações tinham implicações negativas para seus opositores."
Segundo a ANJ, Lula parece ter esquecido suas próprias palavras, pronunciadas no Planalto, em 3 de maio de 2006, ao assinar a declaração de Chapultepec (compromisso hemisférico com a liberdade de expressão), quando afirmou: "... devo à liberdade de imprensa do meu país o fato de termos conseguido, em 20 anos, chegar à Presidência. Perdi três eleições. Eu duvido que tenha um empresário de imprensa que, em algum momento, tenha me visto fazer uma reclamação ou culpando alguém porque eu perdi as eleições."
O deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ) afirmou que as declarações foram feitas num "mau momento".
— Lula brilha quando trata de assuntos de interesse do povo, mas deve melhorar sua biografia recuperando um passado em defesa da democracia e da liberdade de imprensa — disse Miro, responsável pelo fim da Lei de Imprensa.
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, criticou Lula:
— É lamentável que o líder maior da nação tenha esse tipo de postura em relação à imprensa. Triste é o país que não tem liberdade de imprensa, que não pode expressar suas opiniões.
De acordo com ele, só o cenário eleitoral pode explicar as declarações de Lula:
— A imprensa deve ser livre para fazer seu papel de denunciar. Ninguém gosta de receber críticas, mas deve saber ouvi-las e compreender que erros existem e devem ser corrigidos. Acima da Constituição, só Deus.
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