Cerca de três mil moradores da comunidade do Novo Céu, no município de Autazes (a 118 quilômetros de Manaus), podem perder tudo o que tem – casa e um pedacinho de chão – para os índios muras.
Já faz alguma tempo, a Funai iniciou estudos técnicos para demarcar as terras dos muras.
Até aí, nada demais. Ocorre que antropólogos enviados ao local pela Funai decidiram, a pedido do tuchaua Raimundo Nonato Gomes da Silva, 38 anos, classificar a terra ocupada pela comunidade do Novo Céu como área indígena.
Isso gerou inquietude nos moradores, que sempre conviveram pacificamente com os muras, dos quais a esmagadora maioria descende, formando uma multidão de mestiços.
Ao lado do senador Demóstenes Torres, líder do DEM no Senado,
Elda
Castro
discursa durante o I Congresso Mestiço Brasileiro,
realizado
em junho deste ano, na Assembleia Legislativa do Amazonas
“Se a Funai insistir em querer acabar com a comunidade do Novo Céu, vai ocorrer um conflito étnico na região, porque os mestiços, que têm tanto direito àquela terra quanto os muras, não vão ficar de braços cruzados”, adverte a presidente nacional do Movimento Nação Mestiça, Elda Castro.
Segundo ela, o clima é tenso no local. “A culpa é da Funai, que não quer respeitar os direitos dos mestiços”, ressalta Elda Castro.
Há cerca de 15 dias, Elda e outros dirigentes do Movimento procuraram a representação da Funai em Manaus para pedir explicação. Ouviram de um funcionário que todo o trabalho de levantamento da área a ser demarcada está sendo feito por servidores da Funai em Brasília, com auxílio do tuchaua Raimundo Nonato.
Um terço do AM já é considerado "terra indígena" e os mestiços continuam a ser expulsos para dar lugar a novas "terras indígenas", embora sejam também nativos e muito mais numerosos. Mais cedo ou mais tarde os mestiços teriam que dar um basta nesta política de limpeza étnica da FUNAI (com o apoio de ricas ONGs da Europa e EUA e determinados partidos) e defender seu espaço. Os mestiços não querem expulsar os indígenas; a FUNAI, porém, quer expulsar os mestiços e entregar a terra exclusivamente para indígenas. Cidadania tem que ser igual para todos.
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