sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

JUSTIÇA DECRETA PRISÃO DE MÉDICO INVESTIGADO POR MORTES APÓS LIPOASPIRAÇÃO

 A Justiça decretou a prisão cautelar por 30 dias do cirurgião plástico Henrique Schiaveto, investigado pelo Ministério Público por duas mortes de pacientes após cirurgias de lipoaspiração de Roraima. A informação foi divulgada pelo Ministério Público, que afirmou que a prisão cautelar foi pedida e decretada na noite de quinta-feira (12).

Na manhã desta sexta-feira (13), policiais foram à casa de Schiaveto para prendê-lo, mas parentes informaram que ele e um assistente deixaram a cidade na madrugada para um local que não sabia informar. O MP deu o prazo de até as 14h (horário de Brasília), 12h em Boa Vista, para que o médico se apresente. Caso contrário, será considerado foragido. O promotor criminal Marco Antonio Bordin de Azeredo informou que o cirurgião chegou a oferecer R$ 5 mil para a família da paciente Maurízia Gomes de Souza, 39 anos, que morreu em 29 de outubro de 2011, após ser submetida a uma lipoaspiração com ele na capital de Roraima.

A vítima vivia do Amazonas e viajou ao estado vizinho para fazer a cirurgia estética. O MP também apura se o cirurgião tem relação com a morte da defensora pública Maria Luiza Coelho, 49 anos, ocorrida no sábado (7), também após fazer uma lipoaspiração. Uma terceira paciente também sofreu complicações após uma lipoaspiração com o médico.

Ela foi internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral do Estado, em Boa Vista, mas não corre risco de morrer. A informação de que o cirurgião Henrique Schiaveto ofereceu o valor em dinheiro para os parentes da primeira vítima teria sido passada aos promotores pelo próprio médico durante depoimento prestado aos promotores nesta terça-feira (10). "É o mesmo valor que ele cobra para realizar a cirurgia plástica. Perguntei o motivo da devolução do dinheiro e ele disse que tinha se sensibilizado com a família", afirmou Azeredo. O médico Schiaveto foi procurado nesta segunda-feira (9), por telefone, ocasião em que ele disse que a morte da defensora era uma fatalidade e que estava abalado com o ocorrido.

Afirmou ainda que colaboraria com as investigações. Ele foi procurado novamente para falar sobre as novas acusações, mas não atendeu os telefonemas.

CONSELHO REGIONAL DE DE MEDICINA

O pediatra Wirlande Santos da Luz, presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), em Boa Vista, disse que Schiaveto protocolou um documento pedindo sua suspensão do exercício profissional como cirurgião por ter sofrido um abalo psicológico e por precisar de suporte psicológico. No documento ele relata o ocorrido com suas pacientes. Mas isso não tem valor algum para o conselho.

O médico só pode ser suspenso depois de investigado." O promotor afirmou que esse documento "atesta a incompetência do médico em atuar como cirurgião plástico. É o que tiro de bom da estratégia de defesa dele. Ele mesmo assinou um documento afirmando não ser capaz de fazer cirurgia plástica." Santos informou que há três processos de sindicância contra o médico. "Seguimos os prazos legais para que o médico se defenda e isso será feito com sigilo. Estamos fazendo uma investigação de ofício há uma semana."

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