COLÉRICO, THOMAZ VASCONCELOS AGRIDE ADVOGADA DENTRO DA SECRETARIA DE SEGURANÇA DO AMAZONAS E MANTÉM SOLDADO DA PM EM CÁRCERE PRIVADO

A agressão ocorreu no dia 22 de fevereiro de 2008, quando a advogada Martha Mafra Gonzalez (OAB-AM 4.103, fone 9982-7709)foi à Secretaria de Segurança Pública para acompanhar o interrogatório de seu cliente, o soldado da Polícia Militar Marivaldo Gomes, que havia sido preso por determinação judicial, acusado de tramar, juntamente com seis colegas, a morte do então comandante da Força Especial Comunitária, Luís Gonzaga, que à época era major (hoje é tenente-coronel).

Martha me contou hoje, 16, por telefone, que encontrou Marivaldo sendo interrogado pelo secretário de Inteligência Thomas Vasconcelos (foto), que queria saber detalhes do suposto conluio. A advogada interveio assim que entrou na sala. Perguntou a Thomaz por que o seu cliente não fora levado para a Corregedoria Geral da Polícia Militar ou para o Comando Geral da corporação, como havia sido determinado pelo Juízo que decretara sua custódia.

Irritado, Thomaz respondeu que Marivaldo estava na Secretaria por vontade sua, pois quem mandava lá era ele. Em seguida, virou-se para o soldado e propôs a ele os benefícios da delação premiada. Martha então advertiu Marivaldo de que só o juiz tem legitimidade para oferecer a delação premiada. Thomaz ficou possesso. Mandou a advogada e sua assistente se retirarem para que ele pudesse “conversar” sozinho com Marivaldo. Martha não se intimidou, disse que só sairia da sala com o seu cliente.

Ao gritos, totalmente fora de si, segundo Martha, Thomaz determinou a seus subordinados que levassem Marivaldo para o porão da Secretaria de Segurança. Em seguida, Martha saiu da sala e parou na escada para observar a condução do soldado. Logo atrás veio Thomas, que empurrou Martha e apertou seu braço, enquanto, aos berros, a expulsava do local.

Nervosa, a advogada procurou a Corregedoria Geral da PM e relatou todo o fato. Algum tempo depois, Marivaldo foi entregue ao Comando Geral. Martha registrou queixa contra Thomaz no 3º Distrito Policial, no bairro de Petrópolis, por calúnia, injúria e difamação. No dia seguinte, ingressou na seção amazonense da OAB com uma representação contra ele, porém até hoje, mais de dois anos depois, nenhuma providência foi tomada, revelou.

Martha me relatou mais arbitrariedades do secretário de Inteligência. Segundo ela, o soldado Braulino Melgueira, outro cliente seu, foi mantido em cárcere privado por Thomaz Vasconcelos durante três dias, antes da prisão de Marivaldo. “O Melgueira foi preso numa segunda-feira, sem ordem judicial, e mantido preso na Secretaria de Segurança até quarta-feira, quando foi decretada a sua prisão preventiva a pedido do Thomaz”, afirmou a advogada.

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