sexta-feira, 5 de março de 2010

DE CANHOTA II

ANÍBAL BESSA MORREU MAGOADO...
É isso mesmo, o nosso Aníbal Bessa morreu magoado... com o Tenório Telles. Certa feita estava eu na casa do poeta, participando de festa comemorativa de seu aniversário, quando ele confidenciou a mim e a outros convidados que Tenório Teles tentara, usando todos os meios a seu alcance, impedir a veiculação de um recente trabalho seu; ou foi a nomeação para um cargo público? Não me recordo, sinceramente não me recordo. Havia muito barulho no local e eu já tinha ingerido umas boas doses de uísque. De uma coisa, porém, lembro-me com absoluta clareza: Aníbal Bessa estava muito magoado com Tenório – magoado e decepcionado.
Se você, arguto internauta, dispõe de alguma informação sobre o episódio em tela, coloque-a no espaço abaixo, destinado a comentários.

ALTINO MACHADO ELOGIA BLOG
Acreano, ex-repórter dos jornais O Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil e Folha de São Paulo, para os quais trabalhou durante 10 anos, em Rio Branco, Goiânia, Brasília e Manaus, o jornalista Altino Machado, um dos blogueiros mais festejados do País, enviou-me e-mail, elogiando a qualidade do nosso trabalho. “Parabéns, querido Antônio Zacarias, pelo excelente blog”, escreveu ele. E acrescentou: “Indiscutível a qualidade dos textos e das informações. Continue trilhando esse caminho, o caminho da lisura e da independência.” Grande repórter o Altino Machado. Tive a honra de privar de sua amizade quando aqui ele esteve como correspondente da Folha de São Paulo.


AUTOCRÍTICA
Poucas são as opiniões que aprazem. As minhas, felizmente, não estão entre essas poucas. Não faz muito tempo, apraziam bem menos, pois soíam ser infinitamente mais ácidas do que as de hoje. Com muito custo, tenho tentado forjar um espírito menos intolerante. Reconheço que às vezes me excedo, talvez por nutrir grande ojeriza à hipocrisia das palavras, quase sempre eivadas de dissimulações e afagos baratos. Estou no mundo para questionar, para duvidar, para ajudar a construir uma sociedade em que a vida seja vista como uma dádiva divina, e não como algo que brotou do nada, sem referência, sem história, sem rumo. O ser humano apático, indiferente, resignado, causa-me calafrios.

CARLOS SOUZA E O MARQUÊS DE MARICÁ
Há algum tempo, assim que Carlos Souza foi posto em liberdade, enviei para o Blog do Holanda o comentário a seguir, que acabou na gaveta.
Marquês de Maricá cunhou esta primorosa frase: "Uns homens ocasionam os males e exigem que outros os remedeiem." Se fosse eu autor dessa frase, estaria fazendo referência ao juiz Mauro Antony e ao desembargador Rafael Romano. O primeiro, por ter, a meu ver, mandado encarcerar Carlos Souza com uma única motivação: sede de nomeada, causando, destarte, um mal irreparável ao vice-prefeito e à (a crase aqui é facultativa) sua família; o segundo, por agir à luz dos ditames legais, freando, assim, as pretensões nada ortodoxas do Dr. Mauro. Se continuar dominado pela paixão do arruído, do cartaz, Dr. Mauro acabará caindo no descrédito popular, levando consigo todo o Judiciário amazonense.

FOGUEIRA DAS VAIDADES
Ainda é muito forte no inconsciente coletivo a idéia de que magistrado é deus. Isso porque muitos deles ainda agem como tal. Não raro condenam ou absolvem segundo a vontade deles. Há algum tempo ouvi um juiz amazonense sair-se com esta, diante da observação crítica de um interlocutor sobre o tema em tela: “Não é nenhuma novidade que todo juiz acha que é deus, enquanto o desembargador tem certeza.” Verdade das mais cristalinas nos dias correntes, com as exceções habituais. Felizmente esse quadro começa a mudar, graças à atuação firme do Conselho Nacional de Justiça. A “aura divina” que envolve os magistrados desde os tempos de antanho, aos poucos vai perdendo sua densidade.

POLÍTICA E POLITICAGEM
Embora possuam grafias muito parecidas, e a segunda seja derivada da primeira, as palavras política e politicagem exprimem sentidos bastante antagônicos. Enquanto política significa “arte ou ciência de governar”, segundo o dicionário Houaiss, politicagem quer dizer empulhação, embuste, ausência de espírito público. O político dirige suas ações para o coletivo; o politiqueiro, para si próprio e para o grupo a que pertence. Tudo o que faz – o protagonista da politicagem – é motivado por interesses pessoais. Exemplos existem à farta. O político é diferente. Pensa e age levando sempre em conta os anseios e as necessidades populares. Vê longe. Vê o futuro. Conhece os problemas de sua cidade, de seu Estado, de seu País, e não mede esforços em busca de soluções. Também há exemplos, ainda que não tão abundantemente como no caso dos politiqueiros. A tendência, porém, é evoluir, evoluir qualitativamente. Afinal, os eleitores estão cada dia mais conscientes, mais participativos, mais engajados na realidade.

MARCELO RAMOS E A HIDROFOBIA
No dia 23 de dezembro do ano passado, o vereador Marcelo Ramos (PSB) postou no Blog do Holanda um artigo de sua autoria, intitulado Os bajuladores de Satanás”, no qual crítica com extrema virulência o prefeito Amazonino Mendes. Na ocasião, fiz um o seguinte comentário:
O texto do vereador Marcelo Ramos é pura peçonha. A imagem que me veio à mente durante a leitura, do princípio ao fim, foi a de uma pessoa colérica, enfurecida, rabiosa, babando em profusão pelos cantos da boca. Deu-me calafrios. Ao longo dos meus 50 anos de idade, raras foram as vezes em que deparei com tamanha truculência verbal advinda de um homem público. Como se não bastasse, o eminente vereador ainda aplica vários golpes baixos na norma culta da língua portuguesa. Esbanja solecismos. Associa, por exemplo, o pronome "lhe" a verbos transitivos diretos, quando o correto seria empregá-lo, de conformidade com a gramática normativa, com verbos que pedem objeto indireto. Quero, por fim, ressaltar que não sou amigo do prefeito Amazonino Mendes nem de nenhum outro político. As opiniões aqui expressas são de um cidadão comum, sem matiz partidária ou ideológica. Por isso, autênticas.


CIDADE ENTORPECIDA
Era um dia abafadíssimo e muito quente. A pobre cidade de Manaus parecia paralisada pelo calor. Não era pra menos. Os termômetros acusavam 42 graus Célsius. Meu Deus, se o inferno for quente assim, o que será de mim!? Pensamento triste e apavorante aquele que me ocorreu. O calor... o calor me provocara tal estado mental. Era o meu delírio que começava, diria eu se Machado de Assis fosse. Ofegante, como se estivesse numa região com ar rarefeito, sentei-me num banco da Praça da Polícia para descansar um pouco. Somente então pude ver com clareza o que se passava dentro do meu campo visual: as pessoas - homens, mulheres e crianças, algumas de colo – caminhavam lentamente, como se estivessem no limite de suas forças; o suor lhes escorria generoso pelo rosto. Parecia que todas aquelas criaturas tinham perdido o entusiasmo pela vida, tal era o calor, que inexoravelmente lhes subtraía a energia vital. À minha frente, a uns cinco metros de distância, uma senhora de barriga proeminente (devia estar perto de dar à luz), buscava refúgio sob os galhos de uma frondosa árvore cuja sombra costuma revestir a forma de um coração humano. Eram 3 horas da tarde e o sol estava a pino, transformando a lépida e fagueira Manaus numa cidade entorpecida.
Contatos com o blog: toni.zaca@hotmail.com/

2 comentários:

  1. Thomaz Vasconcelos foi acusado de receber propina do Martini Martiniano e ninguém deu ouvido, se ele tivesse acusado outro policial com certeza esse policial já estava na cadeia. É muita patifaria.

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  2. Não somente você presenciou o poeta falando tal mágoa, mas ele comentou comigo e com meu esposo num desses domingos que fomos em sua casa.Tenório pra mim é um poeta branco, invisível, sem alma, pra mim não é poeta. Lembro que no dia em que Anibal estava passando por uma cirurgia e seu filho apresentava seu mais novo trabalho na Saraiva Megastore, parei e fui assistir ao lançamento, mas para minha surpresa e para ódio de quem sabia de tal mágoa e com certeza de seu filho que estava naquele momento, Tenório pegou a palavra e aproveitou-se do instante para aparecer...certamente Anibal teria odiado se soubesse, eu mesma, retirei-me por perceber que aquilo foi pura aparição para o mesmo. Esse Tenório deveria tentar cair na realidade, perceber que não tem dom pra poeta e que nUNCA, NUNNNNNCCAAAAAAAAAA...chegará aos pés de ANIBAL...

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