OMAR AZIZ, O FICHA LIMPA, E ALFREDO NASCIMENTO, O FICHA SUJA: EM QUEM VOCÊ VAI VOTAR?

Por Antônio Zacarias - Vamos para o território da hipótese, para tornar o nosso raciocínio mais cristalino: em seu bairro há dois candidatos disputando a presidência da Associação de Moradores, sendo que um deles é useiro e vezeiro em praticar delitos, como furto, estelionato e apropriação indébita. Não obstante a sua má conduta ser do conhecimento de todos, inclusive da Justiça, ele nega peremptoriamente todas as acusações. Diz-se vítima da maledicência de adversários e inimigos, que querem destruí-lo moralmente a todo custo, porque temem perder espaço para ele no gosto dos moradores. Já o outro postulante ao cargo é dono de uma biografia sem mácula, com um longo e notável histórico de lutas em defesa dos anseios e das necessidades do conjunto dos moradores. Ainda muito jovem, começou a forjar seu espírito público em memoráveis embates pelas liberdades democráticas e pela construção de uma sociedade mais justa, mais humana e mais igualitária.

Dito isto, em quem você votaria: no ficha limpa ou no ficha suja? Claro que no ficha limpa, dirá você sem titubear. Afinal, nenhum morador decente quer ver no comando da Associação de seu bairro um sujeito mais sujo do que pau de galinheiro, como se diz na linguagem popular. Esse mesmo critério, rigoroso, lúcido, republicano, você deve adotar, sobretudo, na hora de escolher o governador do nosso Estado. Qualquer semelhança dos dois perfis acima com os perfis de Alfredo Nascimento e Omar Aziz não é mera coincidência.

Omar encarna o que há de melhor na vida pública do Amazonas. Ainda guardo na memória a intrepidez e a eloquência de Omar, imberbe, durante manifestações estudantis contra a ditadura militar. Grande líder estudantil o Omar. Nessa época, já emitia sinais claros de que dedicaria toda a sua existência às causas populares. Quem priva de sua amizade costuma dizer que Omar jamais conseguiria viver sem lutar por condições de vida mais dignas para a população amazonense. Um grande caráter, o Omar, homem digno, transparente e leal como poucos.

Não se pode, infelizmente (ou seria felizmente?), dizer o mesmo de Alfredo Nascimento. Quando aqui portou, vindo do Nordeste, Alfredo não tinha posses. Hoje, é rico, riquíssimo. Dizem que a maior parte de seu patrimônio está toda no Nordeste, principalmente no Rio Grande do Norte, sua terra natal. Não è à-toa que ele responde a 8 processos judiciais, a maioria por improbidade administrativa. Improbidade, perspicaz leitor, é um eufemismo que os poderosos usam com o objetivo de atenuar, aos olhos da população, a gravidade de atos cometidos por administradores públicos corruptos.

Improbidade, anote aí, quer dizer desonestidade. Etimologicamente, significa “má qualidade, perversidade, maus costumes”. Podemos dizer, então, que Alfredo Nascimento responde a processos por ausência de honestidade no tratamento da coisa pública. Ele é, portanto, um homem público desonesto, um ficha suja, como estão sendo chamados os políticos da jaez dele. Como se não bastasse, ainda responde a processos por crimes contra a administração pública.

Responda-me agora, com a honestidade que falta a Alfredo: você vê alguma diferença entre ele e Fernandinho Beira-Mar, por exemplo? Eu vejo: Beira-Mar é melhor do que Alfredo, porque ele, o Beira-Mar, não ficou milionário saqueando cofres públicos, enquanto Alfredo...

Creio não haver mais dúvida acerca do candidato que devemos eleger governador do nosso Estado, a não ser que você seja masoquista. Sinceramente, não creio que você seja!