O governo esvaziou a Operação Cobra, incumbida da vigilância nas fronteiras amazônicas e, em consequência, cresceu o tráfico de drogas "e agora se noticia que elementos das FARCs, a narco-guerrilha colombiana, também estão atravessando as fronteiras".
A denúncia foi levada ao plenário do Senado pelo líder do PSDB, Arthur Virgílio. Ele assinalou que a Operação Cobra foi lançada pelo governo Fernando Henrique, no ano de 2000. Custou R$ 25 milhões e era integrada por 100 homens, dispondo ainda de armas, um avião e um helicóptero.
"Hoje - disse o senador, citando matéria da imprensa - a Operação só conta com 20 homens. Os nove postos inicialmente abertos foram reduzidos a quatro. E não se sabe onde foram parar o avião e o helicóptero. Duvido que estejam empregados em ações mais relevantes do que a proteção do território nacional e o combate ao tráfico."
A consequência, apontada por policiais federais, pode ser medida pela queda na apreensão de drogas. Até 2005, a média anual girava em torno de 2,3 toneladas. Em 2009, o total foi de 1,3 tonelada e este ano, até gora, foram apreendidos 686 quilos.
"Não é por acaso - disse Virgílio - que as populações do Amazonas se mostram intranquilas com o aumento do índice de criminalidade na minha região. A Amazônia, área estratégica, merece e exige atenções especiais do Governo."
O líder tucano acrescentou que, diante da grita geral, a Força de Segurança Nacional chegou a enviar para a área 100 policiais para ações repressivas. "O que antes era preventivo, agora está assim, com ações repressivas eventuais", frisou.
O senador disse colher, com freqüência, opiniões de técnicos e especialistas. "Ainda esta manhã - assinalou - li declarações do cientista político Ricardo Bessa, da Universidade Federal do Amazonas-UFAM. Entre outras considerações, lembrou que o controle das fronteiras é questão constitucional".
Virgílio disse que o superintendente da PF na Amazônia, Sérgio Fontes, declara que a Operação Cobra foi substituída pela Operação Sentinela e que os postos fechados serão reabertos. O que se tem, porém, concretamente, segundo o senador, é o aumento do tráfico e notícias de invasões por parte das Farcs.
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