EX-DIRETOR DA AGECOM É O PRIMEIRO A BATER DE FRENTE CONTRA O TEMIDO MINISTÉRIO PÚBLICO, CHAMADO POR ELE DE RELAPSO

Por Édi Prado - Eu pensei que o Ministério Público – Eleitoral, do Trabalho, Estadual, Federal – pudesse fazer gato e sapato da gente e tínhamos que aguentar calado, como se fôssemos masoquistas. Descobri – quanta ignorância! – que não é bem assim, que qualquer cidadão, ao se sentir injustiçado pelo temido MP, tem o direito de espernear, de dizer onde está doendo, tudo legalmente. Fiz essa descoberta ao ler a notícia de que o intrépido jornalista Hiel Levy (foto) vai processar (isso mesmo: pro-ces-sar) o Ministério Publico Eleitoral (MPE) por danos morais.

Recentemente, o MPE anunciou que estava preparando uma ação contra Hiel e o Governo do Estado, porque ambos, ao distribuírem milhares de sacos para pães (os sacos foram doados a padarias), incorreram em propaganda eleitoral antecipada , afrontando, destarte, a lei. Hiel sentiu-se caluniado, já que na época em que os benditos sacos foram distribuídos, ele já não era mais chefe da Agência de Comunicação do Governo do Estado.
“Estou entrando com ação por danos morais contra o Ministério Público”, disse Hiel. Indignado, o ex-chefe da Agecom ainda chamou o MPE de relapso, ao observar que o órgão se baseou em informações do sítio do Governo do Amazonas, e não do Diário Oficial do Estado, para processá-lo. “Quando o fato (distribuição de sacos com a logomarca do Governo) aconteceu, eu já não era chefe da Agecom há pelo menos quatro meses. Ainda assim, ao invés de consultar o Diário Oficial, o MP preferiu me incluir na ação baseando-se no site da Agecom, que estava desatualizado”, disse.
É a primeira vez, pelo menos em Manaus, que alguém se insurge publicamente contra excessos do MP. Geralmente, a pessoa suporta a injustiça sem dar um pio, com medo de o Ministério Público, melindrado, lançar mão de todo o seu poder para execrá-la ainda mais. Devemos, portanto, exaltar a impavidez de Hiel Levy, que, sem querer, acabou nos dando uma aula de cidadania.