PROMOTOR DE JUSTIÇA RESPONDE A 20 PROCESSOS NO MINISTÉRIO PÚBLICO DO AMAZONAS

Por Leonardo Rocha – Bendito Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP)! Sem ele, jamais ficaríamos sabendo que o promotor de Justiça Cândido Honório Ferreira Filho, o “Candinho”, responde a 20 (vinte!) processos administrativos disciplinares. Convenhamos: é muito processo para uma pessoa só.

Se Candinho fosse um simples mortal, o Ministério Público do Amazonas já tinha feito gato e sapato dele, tornando públicas todas as acusações que lhe são imputadas.

Foi necessária a intervenção do até bem pouco tempo inoperante CNMP, para que tomássemos conhecimento de que Candinho pode ter feito parte de uma quadrilha especializada em roubo de cargas, caminhões, ônibus e adulteração de documentos.

Ah, se Candinho não fosse promotor de Justiça! Todos já saberíamos detalhes dessa história escabrosa. Não seria ele poupado, assim como os irmãos Souza e tantos outros não o foram.

O homem que se dizia a personificação da decência também é suspeito de ludibriar pelo menos um banco, do qual teria tomado dinheiro emprestado, dando como garantia bens inexistentes.

Confesso que estou sentindo umas cócegas de curiosidade por saber quanto Candinho conseguiu “arrancar” do banco.

Afastado do cargo desde 3 de junho deste ano, Candinho também responde a processo no Tribunal de Justiça do Amazonas, sob a acusação de favorecer o empresário Mouhamad Mourad em questões agrárias.

O processo foi aberto a partir de denúncias do pistoleiro e assaltante Martini Martiniano, de cuja organização criminosa, identificada pela sigla “JWC”, Cândido Honório faria parte. Martiniano morreu em circunstâncias misteriosas num presídio acreano. Dizem que ele se suicidou.

Martiniano também dedurou o desembargador Rui Morato, o secretário de Inteligência Thomaz Vasconcelos e vários policiais civis e militares. Deu nome a todos.

Ele contou, em depoimento à Polícia acreana, que após ser preso em Manaus, por determinação da Justiça do Acre, comprou de Rui Morato uma ordem de habeas corpus por R$ 300.000,00. Sobre Thomaz e os outros policiais, Martiniano disse que pagava propina a eles para lhe dar proteção.

Até hoje, apenas Cândido Honório está sendo investigado. “Estou sendo vítima de uma trama criminosa”, defende-se Candinho.