Por Antônio Zacarias - Por que a Justiça brasileira e a sociedade são tão lenientes com ladrões de dinheiro público? Até o termo que nomeia esse tipo de criminoso é suave, uma espécie de eufemismo. Se o cidadão comum furtar um centavo de alguém, será logo taxado de ladrão, de bandido, de marginal e de outros nomes com grande carga pejorativa. Quem saqueia o erário, por outro lado, é simplesmente corrupto. Num país com grade número de analfabetos, e outro tanto perto disso, o significado dessa palavra soa obscuro.
Ninguém, nem mesmo aqueles sem nenhuma escolaridade, seria capaz de votar num ladrão, digamos, de galinha, mas há por aí um monte de gente (e não são poucos) que não hesitaria em passar um cheque em branco a um corrupto. Parece até que ser corrupto no Brasil é uma virtude. Que o diga a Polícia Federal, que certamente deve estar cansada – e indignada – de prender ladrões de dinheiro público e vê-los soltos pela Justiça logo depois.
Exemplos existem à farta. O mais recente deles diz respeito ao governador e ao ex-governador do Amapá, Pedro Paulo Dias (PP) e Waldez Góes, respectivamente. É impressionante como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi célere na apreciação dos pedidos de soltura desses dois gatunos, chefes de uma perigosa quadrilha que durante anos roubou milhões de reais que deveriam ter sido investidos em educação, saúde, saneamento básico, segurança, transporte coletivo, enfim, na melhoria da qualidade de vida do sofrido e carente povo amapaense.
É por isso que, no meu entendimento, o mais vil de todos os ladrões é aquele que rouba dinheiro público. Quantas crianças doentes não poderiam ter sido salvas se a dinheirama roubada por esses abutres da vida pública tivesse sido investida na construção de hospitais e pronto-socorros? Quantas? Vou ficar apenas nesse exemplo, para não correr o risco de sofrer um ataque cardíaco de tanta indignação!
Talvez vocês compreendam melhor agora o motivo de eu não querer ver eleito governador do meu Estado, do nosso Estado, o senador Alfredo Nascimento, um político que faz da corrupção a razão de sua existência. Se não existisse nenhuma possibilidade, absolutamente nenhuma, de se roubar dinheiro público, Alfredo Nascimento jamais teria trilhado o caminho da política. Se for eleito, vai acontecer com ele a mesma coisa que aconteceu com o governador do Amapá. Disso eu não tenho dúvida alguma.
Professor Zaca, compartilho com a sua indignação, parabéns pelas posições firmes e corajosas em defesa da sociedade.
ResponderExcluirTudo o que o senhor escrever mestre Zaca é verdade, todos nós temos uma parcele de culpa em tudo isso, não vê o Alfredo que ficou rico com nosso dinheiro e ainda tem muita gente que vota nele. oro todo dia para que Deus nos guie e nos oriente.
ResponderExcluirSe as leis dese pais funcionasse como funciona nos Estados Unidos o Alfedo Nascimento e tasntos outros ladrões dos cofres públicos já estaria na cadeia a muito tempo. Parabéns professor pelo artigo.
ResponderExcluirEsta é a primeira vez que acesso o seu blog e a partir de agora vou acessá-lo sempre, gostei muito das suas opiniões. O senhor falou o que eu gostaria de ter falado, por pensar da mesmo forma que o senhor.
ResponderExcluirUm grande abraço.
Pierre Francesco