FAMÍLIA DE RADIALISTA ASSASSINADO EM TABATINGA DIZ ESTAR CORRENDO RISCO DE VIDA

Por Kátia Brasil (Folha.com) - A família do radialista Valderlei Canuto Leandro, 32, assassinado a tiros no início deste mês em Tabatinga (AM), disse ter sofrido ameaças e pode ser incluída no programa de proteção a vítimas e testemunhas do Estado do Amazonas.

A medida é estudada pelo Ministério Público Estadual desde que o irmão do radialista, Aldenir Canuto, 35, procurou o órgão para dizer que está sendo ameaçado de morte.

Nesta segunda-feira (19), Aldenir disse à Folha que a família vem recebendo "recados". "Dizem que eu seria o próximo [a ser morto]", afirmou.

Valderlei pode ter sido morto a mando do prefeito
de Tabatinga, Saul Nunes Bemerguy, do PR,
do qual Alfredo Nascimento é presidente nacional

Na opinião da promotora Márcia Oliveira, não há segurança necessária para que a família permaneça em Tabatinga, cidade localizada na fronteira com o Peru e a Colômbia onde é comum a atuação de pistoleiros.

"O que eu puder fazer para proteger a família, farei. Infelizmente, eles precisam ser incluídos no programa de proteção [a testemunhas]", disse Oliveira.

O radialista foi morto na noite do dia 1º de setembro com oito tiros disparados por dois homens que fugiram em uma motocicleta. A Polícia Civil do Amazonas suspeita que o assassinato tenha sido encomendado por políticos locais.

Ele vinha denunciando em seu programa "Sinal Verde", na rádio Fronteira, suspeitas de corrupção na administração do prefeito de Tabatinga, Saul Nunes Bemerguy (PR).
Valderlei também fez denúncias ao Ministérios Público e à Polícia Federal e relatou ameaças de morte supostamente feitas pelo prefeito contra ele.