Por Arthur Virgílio Neto - Temos de
agir com altivez, diante dos poderosos. A presidente Dilma Rousseff esteve em
Manaus, disse desconhecer que o gasoduto ainda está inoperante, prometeu acabar
com o vexame dos apagões e, de lambuja, ofereceu, "de presente" a
nossa cidade, pelo seu aniversário, a prorrogação da Zona Franca por mais 50
anos. Essa mesma Zona Franca que ela própria está matando aos poucos, com suas
Medidas Provisórias, seus Decretos e perigosas Portarias Ministeriais.
A prorrogação é inadiável e necessária. Eu já a havia obtido, no Senado, por mais 10 anos (a Câmara está com a matéria nas mãos) e propus também duas outras PECs: uma prorrogando por 50 anos e outra estendendo os benefícios fiscais aos municípios da Região Metropolitana de Manaus.
Sempre alertei, contudo, que isso é insuficiente para conter a trajetória descendente do modelo econômico que nos sustenta a economia. Sempre bati na tecla de que a infraestrutura falida anula grande parte das vantagens fiscais destinadas ao Polo Industrial de Manaus. Sempre insisti em que tão inadiáveis quanto a prorrogação eram o investimento em formação de mão de obra e inovação. Sempre firmei posição quanto a ser necessário debastar o emaranhado de leis e afins que complicam a existência útil da ZFM. Sempre me bati por atitudes de governo que pusessem fim à interminável burocracia que se impõe na entrada e na saída de mercadorias, partes e peças.
Fiquei com a impressão de que a presidente nos toma por incapazes e raciocina à base do "vou oferecer-lhes a prorrogação se ajoelharão perante mim". Sinceramente, não posso crer que seja assim. Um povo que não souber definir seus objetivos estratégicos será sempre vítima do populismo e dos estratagemas mais primários armados por dirigentes insinceros.
Acorda, Amazonas!
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