A morte de Kim Jong-il, ditador da Coreia do Norte,
no último sábado, deveria abrir caminho para a esperança de que o fim do regime
mais recluso e opressivo do planeta pudesse um dia chegar. Não é o que pensa o
PCdoB.
O Partido
Comunista do Brasil, o mesmo que surrupiou os cofres do Ministério do
Esporte, emitiu nota lamentando a morte do ”Grande Líder” dos comunistas
norte-coreanos, exaltando que “o camarada Kim manteve bem altas as bandeiras da
independência, da luta anti-imperialista, da construção de um Estado e de
uma economia prósperos e socialistas, baseados nos interesses e necessidades
das massas populares”.
Que o
PCdoB foi formado pela ruptura da decência e da ética, todo
mundo sabe; o que ainda não estava muito claro, era se aquele grupelho alemão
do século XIX, de extrema esquerda, com bases fincadas em Frankfurt, e
originado dos delírios de Karl Marx, ainda exercia influência direta nos
dizeres dos comunistas tropicais. Não há mais dúvidas. A nota de pesar enviada
aos comunistas asiáticos pelos brasileiros deixa entrever que o PCdoB
possui um entendimento bastante peculiar sobre “prosperidade e socialismo”.
Economia
próspera, em seu dicionário, é aquela que fornece ração feita com casca
de arroz para alimentar sua população. População essa que,
desesperada e faminta, tem recorrido ao canibalismo para alimentar suas
famílias, ou aos assassinatos para vender carne humana
e adquirir dinheiro para sobreviver. Um “Estado Socialista”, segundo
pensam, é constituído a partir da devassidão de 3 milhões de cadáveres
forjados pela “Fome Epidêmica”.
Luta
Anti-imperialista é aquela travada contra os ”maldosos imperialistas
ocidentais” que fornecem ajuda humanitária suficiente para manter 25% da
população de um país viva. Ajuda que seria de extrema importância se grande
parte não fosse desviada pela cúpula dos “bondosos comunistas” para seu
próprio consumo e para venda no mercado negro. Lutar contra o Imperialismo
significa, através de seus atos, legar um terço de suas crianças à condição
de subnutrição.
O regime
que comanda a Coreia do Norte só pode ser chamado de ditadura pelo olhar
externo, já que, internamente, ele é tratado pela população como uma espécie de
religião. Uma Seita Atômica instalada no extremo oriente, sustentada por uma
devoção fabricada pelo flagelo social. Algo inimaginável para qualquer padrão
de existência.
O choro
copioso dos norte-coreanos, mostrado pela TV estatal, chegou a ser engraçado,
mas, infelizmente, de cômico não tem nada. A cena mostra a angústia de um povo
sem esperança, sem condição de discernir – entre o real e o surreal – e usados
como fantoches pela propaganda do partido comunista para tentar mostrar ao
mundo sua popularidade. Tentativa chula. O mundo ‘sabe’ quem foi Kim Jong-il. O
mundo, menos o PCdoB.
Não é
difícil entender a proximidade do PCdoB com a Dinastia Kim. Seu plano era
implantar por aqui, via Araguaia, um regime semelhante àquele sob o
comando dos “heróis asiáticos”.
O grande
legado do PCdoB para o Brasil teria sido a sua proibição do espectro
político durante a redemocratização. Como isso não se concretizou, o partido
jacta-se, inutilmente, de ter contribuído para a nossa democracia. O
PCdoB contribuiu para o processo democrático brasileiro tanto quanto Mao para o
chinês, Castro para o cubano ou Kim para o norte-coreano.
Não é
“estupendo” observar como um surto ideológico pode transformar o execrável em
algo passível de ser elogiado? Ao se solidarizar com o “Grande Líder”, cujo
feito principal foi urdir seu povo à Sopa de Capim, o PCdoB demonstra,
inequivocamente, que a condição para a sua subsistência é continuar sendo
o Ectoplasma de Stalin.
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