Marcos Valério, um dos cérebros do mensalão,
condenado pelo Supremo Tribunal Federal a pena pesada, falou a Rodrigo Rangel,
da erevista VEJA.
CAIXA DO MENSALÃO - As arcas do esquema passaram de
pelo menos R$ 350 milhões de reais. "Da SMP&B [agência de publicidade
dele] vão achar só os R$ 55 milhões, mas o caixa era muito maior. O caixa do PT
foi de R$ 350 milhões com dinheiro de outras empresas que nada tinham a ver
[com as duas agências de publicidade dele. A outra agência: a DNA.] O caixa
paralelo era abastecido com dinheiro oriundo de operações tão heterodoxas
quanto os empréstimos fictícios tomados por suas empresas [deles, Valério] para
pagar políticos aliados do PT. "Muitas empresas davam via empréstimos,
outras não". O fiador dessas operações, garante Valério, era o próprio
presidente da República.
Tudo corria por fora, sem registros formais, sem
deixar rastros. Muitos empresários, segundo Valério, se reuniam com o
presidente, combinavam contribuições e em seguida despejavam dinheiro no cofre
secreto petista. O controle dessa contabilidade cabia então ao tesoureiro do
partido, Delúbio Soares. Além de ajudar na administração da captação de recursos,
cabia a Delúbio definir o nome dos políticos que deveriam receber os pagamentos
determinados pela cúpula do PT, com o aval do ex-ministro Chefe da Casa Civil,
José Dirceu. "Dirceu era o braço direito de Lula, um braço que
comandava". (...) Os valores calculados por Valério delineiam um caixa
clandestino sem paralelo na política. Ele fala em valores 10 vezes maiores que
a arrecadação declarada da campanha de Lula nas eleições presidenciais de 2002.
Nenhum comentário:
Postar um comentário