MAIS UMA DO JUIZ CARLOS ZAMITH
O juiz Carlos Zamith Júnior não se emenda mesmo. Em artigo veiculado em seu Diário de um Juiz, esta semana, sob o título “O estigma da gravata”, ele volta a praticar seu esporte favorito: agredir a língua portuguesa. Diversas são as agressões. Limitar-me-ei, porém, a corrigir uma somente, dado o seu caráter elementar; erro de criança, por assim dizer.
Diz Sua Excelência no excerto inicial: “Sempre que eu via o Presidente do Irã, seja na televisão, seja em fotografias, eu me perguntava PORQUE ele usava blazer...” (o destaque é meu).
Excelência, preste bem atenção no que vou dizer-lhe, para que o senhor não cometa mais um erro desses. É feio demais para uma pessoa de sua envergadura.
No caso em tela (não é assim que os letrados do mundo jurídico dizem?), o vacábulo “porque” deveria ter sido grafado separado. A explicação é simples: toda vez que “porque” puder, na frase, ser substituído por “razão”, “motivo”, devemos separá-lo.
Destarte, seu texto ficaria assim: “... eu me perguntava por que ele usava blazer...”
Fazendo a substituição, o resultado seria este: “... eu me perguntava qual o motivo de ele usar blazer...” Ou então: “... eu me perguntava qual a razão de ele usar blazer...”
Aprendeu, Excelência?! O senhor promete que não vai mais cometer esse erro tão feio?!
ALUNO RELAPSO
Não são poucas as pessoas que dizem que o deputado federal Marcelo Serafim (PSB) não foi sequer um aluno medianamente aplicado, quando estudava na UFAM. Talvez isso explique por que ele escreve tão mal. Texto geralmente truncado, frases sem coesão nem coerência, vocabulário chulo, idéias sem argumentação convincente.
Ele postou em seu blog um artigo inçado de barbarismos, de descuidos, começando pelo título: “Marcelo Serafim: onde foram os heróis do povo?”.
Excelência (por que diabos as “excelências” – veja o juiz Carlos Zamith Júnior - cultivam tanto ódio à língua portuguesa?), a frase boa é esta, de conformidade com a norma culta (ou o senhor não é culto?): “Marcelo Serafim: aonde foram os heróis do povo?”.
Por quê? Porque “aonde” é usado com verbos, expressões e nomes que indicam movimento (no caso em análise temos a forma verbal “foram”, do verbo “ir”, um verbo que é, por assim dizer, puro movimento).
LINCHANDO O VERNÁCULO
De quando em quando a gente vê os nossos cultos repórteres anunciando que Fulano foi LINCHADO pela população, mas acabou sendo levado COM VIDA para o pronto-socorro. Em verdade, a vítima do linchamento não foi outra senão a língua portuguesa. Afinal, “linchar” quer dizer matar sumariamente.
RECORDE OU RÉCORDE?
A Globo, talvez por achar que pronunciando RECORDE estaria fazendo propaganda do nome da emissora concorrente, tenha optado pela prosódia errada: RÉCORDE. A pronúncia admitida pela norma culta da nossa língua é paroxítona, e não proparoxítona, como quer fazer crer a Rede Globo.
UM MILHÃO DE PESSOAS VÃO?
Noutro dia eu assistia ao Jornal Nacional, quando o repórter Pedro Bassan disparou: “Um milhão de pessoas VÃO...” Errou feio na concordância. Expressões como um milhão, um bilhão, um trilhão levam o verbo para o singular, necessariamente, a despeito da idéia de multiplicidade que elas exprimem.
Exemplos: Um milhão de pessoas vai passar fome este ano. Um bilhão de reais será doado às vítimas do Haiti. Um trilhão de pessoas vai morrer de calor nos próximos dez anos.
MANDE SUAS DÚVIDAS PARA TONI.ZACA@HOTMAIL.COM.
Mestre Antônio Zacarias,
ResponderExcluirObrigado pela aula de português! O senhor é demais. O juiz que o senhor corrige costuma tropeçar bastante na norma culta da nossa língua. Conheço o blog dele e lá encontro costumeiramente erros de português. Como será que ele conseguiu ser aprovado na prova de Português do concurso para juiz?
Professor,
ResponderExcluirAdorei as dicas de português. Parabéns! O senhor tem uma didática excelente. Perece até o professor Pasquale, aquele da televisão. Gostaria de saber se o senhor dá aula particular.
Grande mestre,
ResponderExcluirTô adorando suas aulas. Gostaria muito de estudar com o senhor, como faço?
Mestre dos Mestres;
ResponderExcluirAdorei o seu blog,nao somente pelas aulas de portugues gratis que posso encontrar , mas tambem pela verdade posta a cada materia escrita pelo Mestre.
Estou no momento longe de Manaus...mas voltarei breve e gostaria de conhece-lo pessoalmente para a articulacao de livro . Que tal pensar nessa hipotese.
xxx
# como ja falei as falhas ne lingua portuguesa e proveniente do lap top de origem inglesa .
Abraco e ate logo!
Caro Anônino:
ResponderExcluirObrigado pelas palavras gentis. Quanto ao livro, breve o lançarei, já o estou escrevendo.
Abraço fraterno do
Antônio Zacarias.
PROFEÇOR ÃTONIO ZACARIAS, GOSTARIA MUITO DE APREMDÊ ECE TAL DE PORTUGUES, PRA FALAR E ESCREVER SERTO. MAS MEU SONHO MESMO E CER JUIS DI DIREITO.
ResponderExcluirTIAL.
É TRISTE MAS É VERDADE. DE 800 CANDIDATOS QUE FIZERAM A PROVA DA OAB SÓ 130 CONSEGUIRAM. SERÁ SE O MERITÍSSIMO JUÍZ DE DIREITO CARLOS ZAMITH. PASSARIA?
Caro Anônino:
ResponderExcluirCristivo o seu comentário, o que sugere uma mente ágil, perspicaz. Parabéns!
Abraço fraterno do
Antônio Zacarias.
Não entendo como uma pessoa pode criticar os erros gramaticais e ortográficos dos outros e, ainda assim, escrever "vacábulo" em vez de "vocábulo".
ResponderExcluirA diferença entre porque, por que, por quê, porquê é puramente normativa e arbitrária. Não faz sentido tanta crítica, uma vez que a realização fonética é a mesma em qualquer um dos casos.