Por Arthur Virgílio Neto, de Lisboa – O Brasil e o mundo viram a irretocável vitória de Junior "Cigano" dos Santos sobre o campeão (hoje, ex) mundial dos pesos pesados do UFC, Cain Velásquez. Um minuto e quatro segundos de absoluto domínio do octógono, boxeando como poucos profissionais dessa arte sabem fazer atualmente. E pronto para lutar no solo, por cima ou por baixo, mercê de muito treinamento à base de "sangue, suor e lágrimas".
É verdade que Cain, embora se tenha preparado adequadamente para o confronto, estava sem lutar oficialmente há mais de um ano. Isso pesa, sem dúvida nenhuma. Mas "Cigano" tinha e tem condições de vencê-lo a qualquer momento. Minha impressão é que esse título dos pesados, tão volúvel, que não para nas mãos de ninguém, vai parar nas do brasileiro por um bom tempo.
Por falar em pesados, aguardo com grande e positiva expectativa, o combate entre Rogério Minotauro e Frank Mir. No primeiro encontro, Mir venceu por KO. Neste segundo, penso que a roda do destino sorrirá para o bravo baiano que, nos tempos áureos do Pride japonês, nem tomaria conhecimento de seus atuais adversários, atropelando-os a todos. O tempo, para todos nós, é implacável. Rogério é um moço sofrido, que já lutou muito, sofreu muitas lesões e que, embora lutando ainda em alto nível, não é mais o mesmo que já foi faz alguns anos.
Deixem-me ser mais claro: faço fé em Rogério Minotauro contra qualquer um, mas sei que ele perderia dele mesmo, se se pudesse repartir em dois: o de hoje e o do Pride. O do Pride, claro, mais jovem e inteiro, venceria o de hoje, apesar de a versão atual ser mais forte fisicamente. Minotauro está muito forte mesmo. Mais que Velásquez e Cigano, a meu ver, em matéria de massa muscular.
Uma coisa sei que não ocorrerá: o enfrentamento de "Cigano" com seu mestre Minotauro. O primeiro tem a vida pela frente e defenderá seu título contra os desafiantes que lhe apareçam à frente. O segundo está preparando a saída de cena, tomara que com vitórias e brilhantismo, como sua vida épica bem merece que seja.
Com a Rede Globo televisionando as Mixed Martial Arts, esse esporte virará mesmo algo comparável com o futebol no Brasil. Nos EUA já é assim. Aqui, não tem como não ser.
Que empregos e oportunidades surjam para lutadores, treinadores dos diversos estilos de artes marciais, preparadores físicos, assessores de imprensa, cut men, empresários de imagem, massagistas, roupeiros, motoristas etc. Afora o fato de que os eventos de MMA são verdadeiros produtos turísticos, enchendo hotéis, beneficiando companhias de aviação, restaurantes, bares, clubes noturnos, num efeito multiplicador impressionante.
Duro foi ver e ouvir o Galvão Bueno misturando MMA com futebol e automobilismo. Mas deu para segurar, em nome desse esporte emocionante, que já arrasta multidões.
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